A SAD do Desportivo de Chaves, da II Liga de futebol, pediu hoje desculpa ao Freamunde e ao jogador Dally por discriminação, depois de os flavienses terem sido sancionados com um jogo à porta fechada.

“A Grupo Desportivo de Chaves – Futebol, SAD lamenta o sucedido e, pelo mesmo, apresenta as suas desculpas ao Sport Clube Freamunde, Futebol, SDUQ, LDA, bem como ao jogador Dally”, refere o emblema `azul-grená´ em comunicado, um dia depois de conhecer a punição.

O clube de Trás-os-Montes foi condenado a disputar um jogo à porta fechada pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), por comportamentos discriminatórios verificados no jogo disputado a 21 de dezembro de 2014.

Em comunicado, o CD da FPF anunciou o castigo à formação transmontana, devido ao ocorrido no jogo da 20.ª jornada da II Liga entre o Desportivo de Chaves e o Freamunde, pela infração de um artigo que pune “comportamentos discriminatórios em função da raça, religião ou ideologia”.

No encontro, disputado no Estádio Municipal Eng.º Branco Teixeira, em Chaves, Luís Pinto deu vantagem aos anfitriões e o Freamunde empatou por intermédio do ‘suplente’ costa-marfinense Dally, que viria a ser expulso por ter baixado os calções, virando-se de costas para os adeptos flavienses.

O Desportivo de Chaves adiantou que não irá recorrer da decisão e que serão “tomadas medidas” para que não voltem a acontecer situações semelhantes, de forma a que “adeptos isolados” não ponham em causa o “bom nome” da instituição.

“Relembramos que o Grupo Desportivo de Chaves tem tido, em diversos escalões, jovens de diferentes raças, etnias e religiões, tendo bem presente o respeito pela diversidade cultural, no âmbito do que prevê a Carta Internacional dos Direitos Humanos”, lê-se na nota.

O clube salientou que, na época passada, em todos os jogos em casa colaboraram com a Amnistia Internacional (movimento global de apoiantes e ativistas em mais de 150 países e territórios que luta para pôr fim aos abusos dos direitos humanos) no apelo ao respeito pelos direitos humanos.

Em declarações à agência Lusa na quarta-feira, o presidente da direção, Bruno Carvalho, afirmou que a sanção aplicada ao clube era “exagerada e injustificada”.

“O Desportivo de Chaves não é um clube racista, nem xenófobo, porque tem jogadores de várias culturas, religiões e raças”, disse.

Bruno Carvalho considerou ainda a atitude do Dally “lamentável”, acrescentando que mesmo que tivesse sido provocado não devia ter baixado os calções.

A multa aplicada ao jogador, no valor de 36 euros, acrescida de um jogo de suspensão por ter visto cartão vermelho direto, foi “insignificante e ridícula”, comentou.

Além do jogo à porta fechada, nesta decisão passível de recurso para o Conselho de Justiça da FPF, o Desportivo de Chaves foi ainda condenado a pagar uma multa de 7.140 euros.