O Farense manifestou hoje o seu “descontentamento e frustração” pelo adiamento do jogo desta quarta-feira com o Varzim, devido a um surto do coronavírus nos ‘poveiros’, decisão que, sublinha o clube da II Liga, “envergonha” o futebol português.
“Havendo supostamente uma contaminação de covid tão generalizada (existem 27 jogadores do Varzim SC inscritos na Liga Portugal), seria expectável que a Liga Portugal e o Farense tivessem sido informados com muito mais antecedência, pelas razões de bom relacionamento pessoal e institucional e pela enorme distância da viagem e custos altos envolvidos”, salienta a administração da SAD algarvia, em comunicado divulgado já esta noite nas suas redes sociais.
Expondo o seu “descontentamento e frustração em virtude do ocorrido”, o emblema de Faro assegura que só foi confrontado com o anúncio do adiamento pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) “no momento da chegada ao Estádio do Varzim Sport Club”.
“A instituição, assim como o delegado de Saúde que, erradamente na nossa opinião, decidiu cancelar o jogo de hoje, deveriam ter respeitado o Farense e o futebol português, avisando com antecedência para evitar uma situação que envergonha o futebol luso, assim como Portugal”, realça a SAD do Farense.
De acordo com o comunicado da Liga, divulgado cerca de 45 minutos antes do início do jogo, “o delegado de saúde da Unidade de Saúde Publica da ACES da Póvoa de Varzim-Vila do Conde, Manuel Monteiro, determinou que todo o plantel e ‘staff’ do Varzim deverá manter-se em isolamento profilático/quarentena”.
Na mesma nota informativa, a LPFP esclareceu que o isolamento do plantel poveiro durará até 18 de janeiro, levando à “suspensão dos jogos no período de quarentena, considerando que apenas dispõe de nove jogadores e que a quarentena afeta, também, o staff técnico”.
O Farense entende que a decisão “é contraditória às atuais medidas governamentais de controlo da pandemia, onde a norma da DGS refere que o isolamento serve apenas para casos positivos e coabitantes”.
De resto, o jogo da 16.ª jornada foi adiado pela segunda vez – inicialmente marcado para 28 de dezembro, já na altura o Farense tinha aceitado o reagendamento para esta quarta-feira devido a outro surto do coronavírus no Varzim.
“Questionamos o número de jogadores positivos na testagem prévia ao jogo adiado do dia 28 de dezembro, assim como a quantidade de jogadores positivos na testagem prévia ao jogo de hoje. Realmente não haveria condições para a sua realização?”, refere o clube algarvio, 16.º classificado da II Liga.
O Farense frisa que, até agora, “ninguém ainda” informou o clube “sobre o número de jogadores do Varzim infetados com covid nem quando foram confirmadas essas infeções”.
“Essa informação é importantíssimo estabelecer, porque não podemos acreditar que um Senhor Delegado de Saúde Regional tomaria a decisão de confinar a grande maioria do plantel de uma equipa profissional de futebol sem ter factos incontornáveis a respaldar tal decisão”, sustenta o clube algarvio.
Lamentando os milhares de euros “gastos entre longas viagens e estadias”, o Farense garantiu aos adeptos - agradecendo aos que se deslocaram à Póvoa de Varzim - que fará “tudo possível para esclarecer transparentemente este incidente que em nada beneficia o futebol português”.
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