Uma exibição cinzenta marcou a despedida de Portugal da Liga das Nações, já depois de ter ficado afastado da 'final four' no sábado passado após perder em casa com a França. No último jogo do Grupo 3 da Liga A, Portugal venceu a Croácia por 3-2, na primeira vitória em solo croata. Portugal jogou com mais um jogador desde os 50 minutos mas, sofreu para vencer. Um golo de Rúben Dias aos 90, após erro do guarda-redes contrário, 'salvou a honra do convento'.

Fernando Santos tem razão: é preciso fazer mais. E mais, só em março de 2021. A Croácia garante a manutenção A porque a Suécia perdeu 4-2 com a França, caindo assim para a Liga B. Portugal mantém-se invicto frente a Croácia: sete jogos, seis vitórias (quatro em jogos oficiais), um empate.

O jogo: não tem de ser bonitinho mas, dá para ser melhor?

Sim, há margem para fazer melhor. E Fernando Santos tem essa consciência. Já fora da 'final four' e com o segundo lugar assegurado, a motivação seria a chave de Portugal para este jogo frente aos vice-campeões do Mundo que ainda lutavam pela permanência na elite da Liga das Nações. As mexidas feitas pelo Engenheiro foram coerentes com as exibições do último jogo frente a França e face às limitações físicas e a carga de jogar de três em três dias.

Das escolhas feitas, só Diogo Jota e João Moutinho responderam bem à titularidade. A defesa evidenciou problemas que não são habituais e sofreu dois golos, um deles a jogar com mais um elemento. Aliás, nesta fase de grupos, a Croácia, a equipa mais batida (16 golos sofridos em seis jogos), acabou por ser a que mais vezes marcou a Portugal: três golos. O outro tento dos quatro sofridos foi marcado pela França.

Do jogo em Split, destaca-se a reação da seleção de Portugal à perda da bola, logo no meio-campo contrário. O pressing funcionou melhor com João Moutinho e os campeões europeus conseguiram recuperar muitas vezes o esférico em zonas adiantadas. Quando a Croácia não conseguia sair, metia na frente, com Rúben Semedo e Rúben Dias a controlar as operações e a ganhar pelo ar.

Só que no primeiro erro defensivo, coletivo e depois individual, a Croácia marcou. Rúben Semedo com dupla culpa: ao estar mal posicionado e depois a fazer um corte defeituoso que permitiu a Kovacic abrir o ativo.

O principal problema estava na frente, com Portugal a sentir inúmeras dificuldades para criar perigo. E só o conseguia em lances de bola parada ou em lances aéreos na área croata, com os atuais campeões da Liga das Nações a mostrarem superioridade neste capítulo. Em ataque organizado, nem tanto: Cristiano Ronaldo continuava longe da área e a sua tendência em ficar no corredor esquerdo, tirava referência entre os centrais contrários. A mobilidade oferecida por João Félix e Diogo Jota acontecia longe da baliza contrária.

A entrada de Trincão no segundo tempo ajudou Portugal a subir de produção, com o extremo a dar mais transporte. A expulsão de Rog aos 51 minutos ajudou Portugal, assim como não haver VAR no jogo, que facilmente ajudaria o árbitro Mike Oliver a anular o 2-1 de João Félix por mão de Diogo Jota. Portugal forçou nos derradeiros minutos, já em 4-4-2, com Paulinho metido entre os centrais a ajudar Ronaldo, embora o golo da vitória tenha surgido de um erro individual do guarda-redes contrário.

Em dois jogos com o campeão e o vice-campeão do Mundo, Portugal somou duas vitórias frente a vice Croácia, um empate e uma derrota com a campeã França. A derrota na Luz com os gauleses foi determinante nas contas finais.

Portugal termina assim esta Liga das Nações com 13 pontos em 18 possíveis: quatro vitórias, um empate e uma derrota, 12 golos marcados (melhor ataque), quatro sofridos(melhor defesa) e 27 jogadores utilizados em seis jogos.

O futebol de seleções só volta em março. Até lá, espera-se já que haja vacina para a COVID-19, que a pandemia esteja controlada e que possa haver público nos estádios.

Momento-chave: Rúben Dias agradece presente de Livakovic e 'salva' a 'nação'

Quando a Croácia tentava aguentar o empate, um erro do guarda-redes deitou tudo a perder. Moutinho centrou, Livakovic subiu e agarrou mas, na queda, chocou com um colega e largou a bola. Oportuno, Rúben Dias reagiu rápido e fez o 3-2 final, aos 90 minutos.

Os Melhores: Rúben Dias evitou males maiores, Moutinho em bom plano

Rúben Dias esteve nos três golos de Portugal. É ele que empata a partida, a passe de Rúben Semedo; depois lança Diogo Jota com um passe longo para o extremo assistir João Félix para o 2-1; e no final bisa na partida. Num jogo onde a defesa não foi colocada tanta à prova, esteve melhor que o seu colega a defender. Sem erros, e ainda a participar no processo ofensivo. Este foi o seu primeiro bis na carreira e logo frente aos vice-campeões do mundo.

João Moutinho deu continuidade a boa exibição frente a França e respondeu a titularidade com um bom jogo. Esteve muito mais participativo no jogo ofensivo, ajudou também no pressing e a ganhar a bola ainda no meio-campo contrário.

Na Croácia, destaque para Kovacic com os dois golos marcados e para a classe de Modrid em campo.

Os Piores: Relvado não ajudou ninguém, Rúben Semedo também

O estado do relvado dificultou muito a vida aos jogadores. A bola não circulava como previsto, alguns jogadores escorregavam, os passes e as receções ficaram mais difíceis devido a mau estado do piso.
Numa exibição pouco convincente de Portugal, Rúben Semedo destacou-se ainda mais pela negativa: esteve mal no primeiro golo dos croatas e no segundo, foi muito permissivo.

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