Num jogo sem história e de sentido único, o Benfica goleou o Leixões por 6-2, em jogo dos quartos-de-final da Taça de Portugal. Destaque para o hat-trick de Mitroglou. Pizzi, Jonas e André Almeida fizeram os restantes golos. Porcellis fez os dois tentos da formação de Matosinhos. Nas meias-finais, o Benfica vai medir forças com o Estoril. Na outra meia-final teremos um V. Guimarães-Desportivo de Chaves.

Para este jogo a meio da semana frente a uma equipa da II divisão, Rui Vitória aproveitou para voltar a rodar a equipa. Júlio César foi titular na baliza, Carill e Zivkovic ocuparam-se das alas do ataque ´encarnado`. O jogo marcava também o regresso de Kenedy à Luz agora como treinador, ele que fez parte da sua carreira de jogar no Benfica.

As classificações de Leixões (20.º na II Liga, em zona de descida) e Benfica (1.º na I Liga) faziam adivinhar um jogo sem história, de sentido único. E foi isso que se assistiu na primeira parte. O Benfica a jogar no meio-campo contrário, a entrar na área sem muitas dificuldades. As facilidades eram tantas que os jogadores até se davam ao luxo ornamentar algumas jogadas com toques de classe.

Os golos foram nascendo com alguma naturalidade, alguns devido a erros individuais da equipa de Matosinhos. Pizzi fez o 1-0 aos 21 minutos, num remate rasteiro na área após desentendimento entre o guarda-redes e um central contrário. André Almeida fez o 2-0 aos 31 minutos, num centro-remate que Mitroglou tentou desviar. Era o primeiro golo do polivalente jogador com a camisola principal dos ´encarnados`. Um golo, depois de 148 jogos. O 3-0 pertenceu a Jonas, aos 38 minutos, aproveitando um corte de André Teixeira que evitara o golo de Mitroglou.

Apesar das dificuldades, o Leixões ia encontrando espaços para sair. O meio-campo do Benfica dava muito espaço, a defesa estava longe. Sempre que a equipa de Kenedy conseguia fazer uma sequência de cinco passes seguidos na zona central, conseguia chegar-se perto da baliza ´encarnada`, principalmente pelos extremos Fati e Fatai. Numa dessas incursões, os ´bebés do Mar` reduziram. Fatai centrou, Porcellis apareceu sozinho na pequena área a desviar, aos 44 minutos. Demasiada passividade dos centrais ´encarnados`.

A segunda parte não foi muito diferente da primeira. Apesar disso, o Leixões entrou melhor, esteve mais organizado perante um Benfica também em ritmo treino. Mas a noite era do Benfica. Mitroglou ameaçou duas vezes (remate à barra aos 48 e defesa do guarda-redes Assis aos 56) mas à terceira não perdoou. Zivkovic fez ´gato sapato` de Belly, deu-lhe dois nós na área até ser derrubado pelo lateral do Leixões. Na transformação do penálti, o grego não tremeu e fez o 4-1.

Mesmo a ser goleado, o Leixões de Kenedy nunca desistiu. Até porque o Benfica continuava a dar muito espaço, principalmente na zona central. Foi por aí que Fati combinou com um colega, entrou na área e centrou para Porcellis voltar a desviar para golo na pequena área. Demasiadas facilidades concedidas pelo tricampeão e líder da I Liga ao 20.º colocado da II Liga.

Os 19048 adeptos que estiveram na Luz nesta noite fria de quarta-feira nem tiveram tempo de se preocupar já que aos 71, Zivkovic voltou a ´tirar um coelho` da cartola, deixando Belly no relvado com fintas estonteantes antes de rematar. Assis defendeu, Mitroglou fez a recarga para o 5-2. Aproveitou Rui Vitória que a vantagem era boa para fazer descansar Pizzi (saiu a intervalo), Jonas e Samaris, fazendo entrar André Horta, Gonçalo Guedes e Danilo.

Os derradeiros minutos foram de gestão da posse de bola, mas sempre na procura de mais um golo. O Leixões já estava rendido e sem capacidade para sair. Ainda deu para Mitroglou fazer o 6-2 aos 90 minutos, a passe de Carrillo.

Nas meias-finais, marcadas para 1 de março (1.ª mão) e 5 de abril (2.ª mão) o Benfica vai medir forças com o Estoril. Na outra meia-final teremos um V. Guimarães-Desportivo de Chaves.