O Sporting apresentou-se na Choupana vindo de um ciclo complicado de jogos não só pelo desgaste físico devido ao pouco tempo de recuperação, mas também devido ao desgaste psicológico com a eliminação da Europa e a derrota expressiva no Estádio do Dragão. Era um leão a precisar de alegrias para renascer das cinzas.

Para contornar parte da questão, o treinador do Sporting, Marco Silva, decidiu fazer cinco alterações no onze inicial, mudando a defesa (Jefferson e Miguel Lopes), o meio-campo (André Martins), e o ataque (Mané e Tanaka). Do outro lado estava um Nacional que vem a crescer com o avançar da temporada e os bons resultados amealhados nesta segunda volta do campeonato.

Primeira parte

O jogo começou numa toada dividida sem domínio de qualquer uma das equipas. O Nacional começou por assustar aos três minutos quando Marco Matias e Lucas João se atrapalharam e falharam o remate em posição privilegiada. O Sporting respondeu logo a seguir por William Carvalho (9') que ao segundo poste atirou para fora.

A bola seguia de um lado para o outro e as oportunidades dividiam-se. Foi assim até aos 20 minutos, altura a partir da qual o Sporting passou a ter mais o controlo do jogo, e o Nacional viu-se obrigado a recuar e a jogar em transições.

Assistiu-se então ao melhor período leonino que só não teve sucesso por culpa de Gottardi e Rui Correia. O guarda-redes opôs-se bem a remates de Tanaka (23') e Paulo Oliveira (24'). Depois foi Carrillo (32') a rematar fora do alcance do guardião mas o defesa Rui Correia estava no caminho da bola e evitou que esta entrasse.

Após um período de sufoco, a equipa de Manuel Machado conseguiu voltar a travar o ímpeto leonino, e até ao intervalo coube à formação da casa a melhor oportunidade do encontro com Tiago Rodrigues a atirar de longe e a bola a bater estrondosamente no poste da baliza de Rui Patrício.

Segunda parte


Na etapa complementar desapareceram os constrangimentos táticos, jogou-se mais com o coração, aumentou a agressividade dos duelos e a velocidade de jogo. Aquilo que é bom para o espetáculo, mas pouco agradável para os treinadores que não viam as suas equipas assentar o jogo.

O nulo haveria de se desfazer graças a um erro de Rui Patrício e à perspicácia de Luís Aurélio. Aos 49 minutos, Tiago Rodrigues bateu um livre na esquerda e o guardião leonino colocou as mãos à bola para a segurar, mas deixou-a escapar. Luís Aurélio estava por perto e rematou para o fundo da baliza.
Iniciava-se aí a fase louca do encontro.

O Sporting não se abateu e respondeu de pronto com Tobias Figueiredo (54') a responder com um cabeceamento a um livre do recém regressado Jefferson e a fazer golo do empate. Mas quando parecia que os leões se queriam atirar ao adversário já com Slimani em campo, o Nacional voltou a marcar. Lucas João (59') marcou de cabeça o segundo da partida.

O Sporting mostrava algum cansaço e faltava-lhe algum discernimento para ir atrás do resultado. As coisas complicaram-se ainda mais quando Miguel Lopes viu o segundo amarelo e o consequente vermelho aos 71 minutos. Nessa altura, já se tinha juntado Adrien ao jogo.

Era tempo de o Sporting se transcender para pelo menos sair da Choupana com um valioso empate com golos e deixar tudo mais bem encaminhado para a segunda mão. E foi precisamente dos jogadores que saltaram do banco, aqueles o treinador tentava poupar mas que se viu forçado a chamar ao jogo, que se iniciou uma das mais belas jogadas do encontro e que culminou com o golo.

Adrien Silva combinou com Slimani, e depois serviu Carlos Mané que, com mestria, tirou um adversário do caminho com a sua receção e rematou para o fundo das redes fazendo o 2-2 aos 82 minutos de jogo.

Marco Silva respirou de alívio, e os jogadores do Sporting voltaram a sorrir. Não que se contentassem com o empate alcançado, mas num ciclo tão negativo e com uma segunda mão pela frente, este resultado soube a bem mais.

Treinadores

O plantel do Sporting não estica e as soluções não abundam, o próprio treinador reconhece isso com a gestão que tem feito, mas a Taça é agora a principal esperança leonina e este empate poderá servir como um balão de oxigénio.

O Nacional de Manuel Machado mostrou bom futebol, jogadores com qualidade, só lhe faltou mais maturidade para aguentar a fase decisiva do encontro com o técnico reconheceu.

Dia 8 de abril joga-se a segunda mão desta eliminatória no Estádio de Alvalade.