O Kremlin afirmou na quarta-feira que irá "defender os interesses" dos atletas russos, um dia após o Comité Olímpico Internacional (COI) recomendar a sua reintegração nas competições internacionais.

"Continuaremos a defender os interesses dos nossos atletas de todas as formas possíveis e vamos continuar com os contatos com o COI para proteger os seus interesses", declarou à imprensa o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitri Peskov.

Segundo a recomendação formulada na terça-feira pelo COI, os atletas russos e bielorrussos poderiam, se as federações internacionais concordarem, voltar às competições, mas sob bandeira neutra e em nome individual e respeitando os regulamentos antidoping.

Também será necessário cumprir o requisito de não terem apoiado "ativamente" o conflito na Ucrânia e não estarem atualmente "sob contrato" com o exército ou órgão de segurança russos.

O Comité Olímpico Russo (OKR) criticou rapidamente esses critérios por considerá-los "inaceitáveis" e "discriminatórios".

"Os princípios do COI e da ONU foram desrespeitados", lamentou na terça-feira o presidente do Comité Olímpico Russo, Stanislav Pozdniakov, que exigiu "condições iguais para os atletas de todos os países".

O COI ainda não tomou uma decisão final sobre a participação de russos e bielorrussos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, uma questão delicada. A Ucrânia e outros países aliados ameaçaram boicotar o evento caso esses países tenham representantes.

Marcin Nowak, chefe do Comité Organizador dos Jogos Europeus (21 de junho a 2 de julho), que vão acontecer em Cracóvia (Polônia), avisou que Rússia e Bielorrússia não poderão participar do evento, que reúne 18 modalidades olímpicas.

"Sob nenhum pretexto e de forma nenhuma os atletas representantes de Rússia e Bielorrússia farão parte das nossas provas", declarou Nowak à rádio RFM FM.

O dirigente acrescentou que se houver federações internacionais que decidirem que os Jogos Europeus não darão vagas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, as provas das modalidades em questão "simplesmente não serão disputadas".