Os quatro ouros e recordes olímpicos de León Marchand quase ‘afogaram’ o feito de Katie Ledecky, os ouros da jovem Summer McIntosh e a velocidade do chinês Pan Zhanle, na criticada piscina que acolheu a natação olímpica em Paris2024.
Aos 22 anos, o francês León Marchand, que participou em quatro provas individuais, assumiu-se como a estrela da Arena Paris La Defense começando por vencer os 400 metros estilos e fechando com os 200 da mesma categoria.
Pelo meio, Marchand - que hoje fechou com um bronze na estafeta da 4x100 estilos - ousou garantir, em menos de duas horas, os títulos nos 200 bruços e nos 200 mariposa, conseguindo uma inédita ‘dobradinha’ na mesma sessão, feito que nem mesmo o norte-americano Michael Phelps, antigo discípulo de Bob Bowman, o seu treinador, alcançou.
Na história ficará também o ‘supersónico’ Pan Zhale, o chinês que, aos 19 anos, se sagrou campeão olímpico dos 100 metros livres, ‘aproveitando’ para melhorar o recorde do mundo que lhe pertencia desde fevereiro passado.
O feito de Pan Zhanle, que também ‘empurrou’ a estafeta chinesa de 4x100 metros estilos para o ouro, impondo-se ao poderoso quarteto norte-americano de Caleb Dressel e companhia, só foi igualado em termos individuais por Bobby Finke.
O fundista norte-americano foi, além de Pan Zhanle, o único a conseguir bater um recorde do mundo na piscina olímpica de Paris, ao revalidar com novo máximo o título nos 1.500 metros, depois de ter visto o irlandês Daniel Wiffen ‘roubar-lhe’ a possibilidade de também se sagrar bicampeão nos 800 metros.
Apesar de não ter fechado a competição como a nadadora mais medalhada – feito que pertence ao trio formado pelas norte-americanas Torri Huske e Regan Smith e pela australiana Mollie O'Callaghan, com cinco subidas ao pódio – a canadiana Summer McIntosh assumiu-se como a estrela maior da natação olímpica feminina.
Aos 17 anos, McIntosh ‘mandou’ nas provas de meia distância, sagrando-se campeã olímpica dos 200 e 400 estilos e ainda dos 200 mariposa, ouros aos quais juntou a prata nos 400 livres.
A australiana Kaylee McKeown também esteve em destaque ao revalidar os títulos olímpicos dos 100 e 200 metros costas, tal como aconteceu com a sua compatriota Ariarne Titmus, que se tornou na segunda nadadora a revalidar o título nos 400 metros livres, quase 100 anos depois da norte-americana Martha Norelius, que se sagrou bicampeã da distância em Amesterdão1928.
Aos 30 anos, a sueca Sarah Sjöström sai de Paris com o estatuto de ‘rainha’ da velocidade, depois de se ter imposto nos 50 metros livres e nos 100 livres, conseguindo na capital francesa o seu terceiro ouro olímpico, depois de ter vencido no Rio2016, os 100 metros mariposa.
Na piscina da capital francesa, na qual também foram batidos dois recordes das estafetas, a norte-americana Katie Ledecky tornou-se na primeira nadadora a sagrar-se tetracampeã olímpica, impondo-se nos 800 metros livres, e juntou-se à ginasta soviética Larisa Latynina na liderança da lista de mulheres com mais ouros em Jogos.
Em Paris, Ledecky, que soma um total de 14 medalhas olímpicas, revalidou ainda o título nos 1.500 livres e conseguiu um bronze e uma prata, na estafeta.
Após 35 finais, disputadas em nove dias, os Estados Unidos, graças aos resultados da derradeira jornada, fecham a competição na liderança do ‘medalheiro’, tal como aconteceu em Tóquio2020, com um total de 28 medalhas, oito das quais de ouro.
A Austrália ficou na segunda posição, com um total de 18, sete das quais de ouro, seguindo a França com sete medalhas, entre as quais quatro ouros, todos conseguidos por Marchand.
Com um campeão mundial, Diogo Ribeiro, e uma campeã europeia, Camila Rebelo, numa seleção de quatro estreantes em Jogos Olímpicos, a natação pura portuguesa deixou Paris sem finais nem recordes nacionais.
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