Polícias e bombeiros da Força Nacional que se encontram no Rio de Janeiro para fazer a segurança durante os Jogos Olímpicos 2016 ameaçam abandonar a cidade por falta de condições de alojamento.
"Eles fizeram panelaço [barulho com panelas em forma de protesto] nesta terça-feira e alguns estão a pedir para ir embora, desmobilizando. O que acontece ali é um absurdo", afirmou o cabo Elisandro Lotim, presidente da Associação Nacional dos Praças, citado pelo jornal Folha de São Paulo.
O responsável da associação comentou que "existe hoje no Brasil uma falta de respeito das autoridades com os direitos dos trabalhadores da segurança pública".
"Os polícias estão a passar fome em ambientes insalubres. E isso na preparação para um evento como os Jogos Olímpicos", denunciou.
Em causa estão as más condições nos apartamentos em que estão alojados, sem chuveiros ou camas, e com cortes de água constantes, e de atrasos nos pagamentos prometidos para este trabalho (o dobro do que recebem normalmente em missão).
Um agente contou ao diário brasileiro que as refeições servidas nas arenas chegam azedas ou com pouca variedade, e, ao contrário do que foi prometido, quem está de folga tem de pagar a sua alimentação.
Numa reunião realizada na terça-feira, os agentes pediram uma solução até sexta-feira, ameaçando pedir baixa e regressar aos seus Estados se tal não acontecer.
Hoje de manhã, de acordo com o jornal, o secretário nacional de Segurança Pública, Celso Perioli, reuniu-se com representantes da categoria em Brasília para tentar resolver o problema e o governo já fazer saber que solucionará a questão até quinta-feira.
A previsão de há um ano dava conta de que 9.600 agentes da Força Nacional seriam deslocados para o Rio de Janeiro por ocasião do maior evento desportivo do mundo, mas afinal serão apenas 6.000.
Atualmente, 3.000 elementos da Força Nacional encontram-se no Rio de Janeiro e outros 3.000 chegarão à cidade para os Jogos, que decorrem de 05 a 21 de agosto.
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