A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) justificou hoje a condição de baixo risco definidia pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para apelar ao Benfica que reconsidere a decisão de não participar nos campeonatos nacionais de pista coberta.

Em comunicado, a FPA revela o comunicado divulgado pela DGS em que coloca o atletismo como modalidade de baixo risco e em que sublinha que "a leitura deste quadro é clara no que respeita à não-obrigatoriedade de testagem nas modalidades consideradas de baixo risco".

"Apesar da realização de testes não ser obrigatória, por iniciativa da Federação Portuguesa de Atletismo e sempre que se considerou justificável, foram realizados testes PCR e várias dezenas de testes rápidos a atletas e treinadores", acrescenta a nota.

A FPA frisa ainda que, relativamente a competições, as provas de pista coberta iniciaram-se no mês de dezembro, com participação dos melhores atletas nacionais, entre os quais atletas do Sport Lisboa e Benfica.

Na nota, a FPA realça ainda que, por considerar que o atletismo é uma modalidade de baixo risco, em que não existe obrigatoriedade de realização de testes e porque se considera que os planos de contingência implementados minimizam o perigo de contágio por covid-19, nunca realizou testes de despistagem aos participantes nas competições nacionais.

A FPA informa ainda que as inscrições nas competições são efetuadas exclusivamente pelos clubes e que, até hoje, a secção de atletismo do Benfica não condicionou a participação dos seus atletas, em diferentes competições nacionais, à realização de testes ao covid-19 por parte da FPA.

A federação revela ainda que as várias provas de preparação e campeonatos nacionais realizados nas instalações cobertas disponíveis em Portugal, e nas quais participaram muitos atletas do Benfica, cumpriram sempre os planos de contingência, não existindo nenhum caso de infeção por covid-19 que esteja associado a qualquer competição realizada em Portugal.

"Perante estes factos e estas garantias de segurança, apelamos à direção do Sport Lisboa e Benfica que reconsidere a decisão tomada. O valor competitivo dos nossos campeonatos e o contributo destes para o progresso dos atletas, depende da participação de todos e, em especial, das melhores equipas", conclui a nota.

A diretora do projeto olímpico do Benfica, Ana Oliveira, afirmou hoje que a decisão da FPA em não testar para a covid-19 todos os participantes nos nacionais de pista coberta motivou a desistência do clube.

Em entrevista à BTV, Ana Oliveira criticou a FPA e acusou o organismo de não responder aos pedidos de esclarecimento do clube da Luz, alegado que este tem tido sempre “uma grande preocupação para que todos os participantes realizassem testes”, o que não teve correspondência na organização da prova.

“Nunca tivemos resposta por escrito e, oficiosamente, chegaram a dizer-nos que a Federação não ia testar, à semelhança das outras federações e daquilo que se fez, como referência, neste Campeonato da Europa, porque era muito caro”, revelou a responsável máxima do projeto Benfica Olímpico.