O canoísta Fernando Pimenta é candidato ao título mundial de K1 1000, sendo teoricamente o único português com reais possibilidades de pódio no maior evento do ano, que vai decorrer em Montemor-o-Velho.
Os técnicos nacionais Hélio Lucas, que orienta Pimenta e a equipa feminina, e Rui Fernandes, responsável pelos caiaques masculinos, moderaram hoje as expectativas, destacando que o mais importante é que o trabalho esteja pronto em 2019, quando for a qualificação olímpica para Tóquio2020, durante os mundiais de Szeged, Hungria.
“A pressão já a colocamos toda nos treinos. Na prova, é procurar fazer as coisas com outra serenidade, sem pressão. Este não é ano de apuramento olímpico. Apenas um mundial em casa. É abstrair disso e ter bons desempenhos”, disse à agência Lusa Hélio Lucas, admitindo apenas “pressão positiva” para Pimenta, pelo facto de competir em casa.
Teresa Portela e Joana Vasconcelos, em K2 500, e esta dupla juntamente com Francisca Laia e Francisca Carvalho, em K4 500, trabalham a primeira época com Hélio Lucas – evoluíam antes com o polaco Ryszard Hoppe –, que entende que já seria “muito bom” as suas pupilas atingirem as finais.
“O objetivo são as finais. Já seriam excelentes resultados. No caso do K2, o sexto/sétimo lugar agradava-nos. Tudo acima disso é excecional”, assume sobre Teresa e Joana, sétimas nos Europeus, nos quais foram ouro nos 200, distância que não é olímpica.
Rui Fernandes lidera várias embarcações com diferentes objetivos, porém, o grande projeto do seu regresso à seleção, após quatro anos a liderar o Brasil, é levar o K4 500 de Emanuel Silva, João Ribeiro, David Varela e Messias Batista aos Jogos de Tóquio2020.
“Tem que ter (margem de evolução até ao apuramento em 2019). Aceitei este desafio com esse objetivo. Tentar colocar o K4 nos Jogos. Este mundial é um primeiro passo que queremos bem feito. Sabemos do seu valor e aonde poderá chegar. Alemanha e Espanha estão um pouco à frente, mas depois há um lote de países muito equilibrados e estamos nesse grupo. Espero ir à final e aí sonhar com um pouco mais”, disse.
Teresa portela deseja as finais de 500 metros K2 e K4, recordando que na primeira “nunca Portugal disputou uma final mundial, apesar de o ter sido nos Jogos Londres2012” e que na segunda tripulação as lusas não mais voltaram à regata das medalhas após 2012.
“Desde 2006 que não faço K2 em mundiais. É um novo desafio, pois compito muitas vezes em K1. É obviamente difícil, mas gostava de o conseguir com a Joana. Agora temos uma equipa feminina mais alargada. Que as jovens aprendam, ganhem experiência neste mundial e façam o seu caminho de sucesso na seleção”, desejou.
O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix, atualizou hoje os números dos Mundiais, nos quais estão inscritos 1.700 atletas de 70 países, em cinco dias de competição, incluindo masters e a paracanoagem.
O evento está orçado em 1,3 milhões de euros e contará com um 'staff' de 300 colaboradores.
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