A cavaleira Maria Caetano, várias vezes campeã nacional de dressage, a viver há três anos na Alemanha, acredita que Portugal tem "evoluído muito" neste desporto, o que resultou na qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020.

É a primeira vez que Portugal está qualificado com uma equipa na modalidade de dressage, resultado de um aumento da “qualidade dos cavaleiros, do treino, e dos cavalos”, defendeu Maria Caetano, em declarações à agência Lusa.

“Os cavaleiros portugueses, na sua maioria, estão a montar e a treinar cavalos lusitanos. […] No mundo deste desporto, há cerca de 20 anos, esta raça não tinha muita expressão. Era uma raça dedicada às touradas, ao campo, e não tanto ao desporto”, sustentou.

Maria Caetano disse acreditar que houve “uma grande evolução”, e que, “neste momento, o país é muito bem visto no estrangeiro, e nos países onde esta modalidade é mais conhecida e está mais desenvolvida”.

“Sente-se uma grande admiração dos grandes ‘players’, como juízes, treinadores, cavaleiros do centro da Europa, admiram muito o trabalho que está a ser feito em Portugal, e também a qualidade de cavaleiros e técnica que se utiliza no nosso país”, destacou a cavaleira, de 34 anos.

Maria Caetano tem dedicado praticamente toda a sua vida aos cavalos. Começou a competir aos 15 anos, e mesmo depois de terminar os estudos em Gestão de Empresas, na Universidade Católica, em Lisboa, e ter sido convidada para dar aulas, nunca deixou este desporto, ao qual decidiu dedicar-se profissionalmente em 2008.

Já foi quatro vezes campeã nacional como sénior, e três vezes como jovem cavaleira e, há cerca de três anos, decidiu abandonar a sua “zona de conforto”, e mudar-se para Düsseldorf. Esteve durante meio ano em Portugal, por causa da pandemia de covid-19 e da interrupção das competições, mas está de volta.

“A Alemanha é o país rei nesta modalidade. Há muitos anos que são consecutivamente medalhas de ouro em campeonatos da Europa, Jogos Olímpicos, campeonatos do Mundo. É o berço de grandes cavaleiros e treinadores, e é também onde a exigência dos concursos internacionais é maior. Para me preparar melhor, e para ‘tirar o tapete’ do conforto de competir em Portugal, decidi vir para a Alemanha para me aperfeiçoar”, esclareceu.

A cavaleira reconhece ter tido “a sorte de ter conseguido alugar um picadeiro e uns estábulos privados”.

“O meu dia é a treinar. Tenho cá oito cavalos, alguns deles mais novos em preparação. Viajo também pela Alemanha, ou à Dinamarca, Países Baixos, Bélgica para competir”, descreveu.

Maria Caetano, que já estava apurada para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, que começam em 23 de julho, encontrou um obstáculo pelo caminho.

“Estava confortavelmente qualificada para estar na equipa em Tóquio, com o meu cavalo principal […], mas esse cavalo lesionou-se, uma lesão complicada, que o vai tirar do desporto durante pelo menos seis a oito meses, o que impede a nossa ida aos Jogos Olímpicos. Entretanto, estou a fazer tudo para me qualificar com o cavalo que tinha mais novo e com menos experiência para tentar estar em Tóquio”, contou.

Assegurar uma vaga olímpica “é um grande desafio”, realçou, explicando que está “em contrarrelógio” para poder ter o cavalo com menos experiência a dar tudo para representar Portugal na capital japonesa.

Apesar de o apuramento ter sido obtido por quatro binómios, apenas três vão disputar a competição, sendo o outro suplente, num alinhamento que deverá ser conhecido em junho.

Rodrigo Torres, João Miguel Torrão e Duarte Nogueira foram os outros cavaleiros que asseguraram a quota portuguesa.

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