O ministro do Desporto russo, Oleg Matitsin, considerou inadmissível a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de recomendar a readmissão de atletas russos e bielorrussos em competições internacionais sob bandeira neutra e sob outras condições.
“Consideramos inadmissível estabelecer, para atletas, condições especiais que não correspondam à Carta Olímpica, com os princípios de igualdade e justiça”, afirmou Matitsin na rede social Telegram.
O ministro russo enfatizou que "a política não pode e não deve misturar-se com o desporto" e que "não há espaço para especulações sobre a operação militar especial", como a Rússia considera a guerra na Ucrânia.
"Para os nossos atletas, representar o país é uma honra e um motivo de orgulho. Sempre foi assim", sublinhou Matitsin.
O responsável russo acrescentou que a "pressão estrangeira" permitiu à Rússia valorizar os seus próprios recursos e fazer todo o possível para fortalecer o desporto nacional.
“Somos um país autossuficiente, com grandes tradições desportivas, que tem demonstrado a sua capacidade para organizar grandes eventos desportivos internacionais, que também foram valorizados positivamente pelo COI”, recordou Matitsin.
Na quarta-feira, o COI declarou que uma “vasta maioria” dos responsáveis do desporto olímpico defende que os atletas russos e bielorrussos não podem ser impedidos de competir internacionalmente apenas devido à sua nacionalidade.
“Um caminho para a participação dos atletas em competições, sob condições estritas, deve, portanto, ser mais explorado”, argumentou a maioria dos elementos ouvidos pelo COI.
Neste caso, as “condições estritas” implicam, entre outras, que os participantes compitam enquanto “neutros”, que “respeitem plenamente” os princípios da Carta Olímpica (não podem ter agido contra a “missão” de paz do COI, apoiando ativamente a guerra na Ucrânia) e “cumpram integralmente” o Código Mundial Antidoping.
Ficou claro o “direito de todos os atletas a serem tratados sem qualquer discriminação”, de acordo com a Carta Olímpica, bem como o facto de os governos não poderem “decidir quais os atletas que podem ou não participar em qualquer competição”.
Numa outra questão, foi “unânime o reforço das sanções já em vigor” à Rússia e Bielorrússia, que continuam impedidas de receber eventos internacionais, bem como de ter a sua bandeira, hino ou qualquer outra identificação nas competições, igualmente privadas de convidar dirigentes desportivos ou governantes dessas nações.
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