Renata Pinto nadou para o ‘bronze’ e para um recorde nacional nos 100 metros bruços dos Europeus de natação adaptada e, aos 21 anos, ambiciona mais conquistas e elege os Jogos Paralímpicos Paris2024 como o grande objetivo.

“Paris é já ali, já só faltam três anos”, afirma Renata Pinto, assumindo que esse é o seu grande objetivo e prometendo dar o melhor “em todas as provas”, tal como no curso de psicologia que frequenta.

No Funchal, Renata Pinto, que tem uma malformação congénita no antebraço direito, participa no seu segundo Europeu de natação adaptada, depois de em 2016 ter marcado presença na competição, disputada também na Madeira.

“Em 2016, fui à final dos 100 metros bruços, a prova na qual agora fui bronze, e acabei em oitavo lugar. O meu tempo da altura era superior em sete segundos ao que fiz agora”, conta a nadadora, que também participou nos Europeus de 2018 e nos Mundiais de 2019.

Renata Pinto, que chegou à natação adaptada em 2013, depois de ter passado pela natação pura, admite que esta foi uma opção que correu bem desde o início, e fica feliz por fazer parte de uma geração jovem da natação para pessoas com deficiência.

“Pouco tempo depois de ter chegado à adaptada, fui a um campeonato nacional e ganhei logo o título dos 100 metros bruços, entretanto participei numa competição internacional para fazer a classificação [da classe na qual deve competir], e em 2015, nos Jogos Europeus Paralímpicos da Juventude, onde nadei imensas prova, conquistei quatro medalhas de prata e uma de bronze”, relembra.

No domingo, na primeira final dos Europeus de natação adaptada, Renata Pinto nadou os 100 metros bruços, a sua prova de eleição, em 1.25,02 minutos, fazendo cair o anterior máximo nacional (1.25,42), que já lhe pertencia.

Renata admite que conhecia as adversárias e assume que tinha noção de que “se tudo corresse muito bem, podia chegar ao terceiro lugar”. Foi exatamente isso que aconteceu.

Ao olhar para trás, a jovem portuense, que integra o programa de esperanças paralímpicas, classifica de “incrível” a sua evolução na natação adaptada e garante: “Sei que não sou a mesma Renata”.

A nadadora admite que é difícil conciliar os estudos com a alta competição, mas garante que “tudo se consegue com muita disciplina e organização”, reconhecendo que as aulas online, impostas pela pandemia de covid-19, “têm sido uma grande ajuda”.

Renata Pinto, atleta da ADADA, integra a seleção de oito nadadores que representam Portugal nos Europeus de natação adaptada, que decorrem até sábado no Funchal e são a última prova de apuramento para os Jogos Paralímpicos Tóquio2020.

Na maior competição mundial de desporto adaptado, que decorrerá no Japão entre 24 de agosto e 05 de setembro, Portugal terá cinco nadadores (quatro masculinos e uma feminina), de acordo com as quotas impostas pelo Comité Paralímpico Internacional.