A Federação Portuguesa de Natação (FPN) expressou hoje apoio e solidariedade aos atletas da Ucrânia e anunciou que, por questões de segurança, cancelará todas as iniciativas que envolvam a deslocação de atletas ao território em risco.

Em comunicado, o presidente da FPN diz que o organismo já contactou a federação ucraniana, “assim como com o guarda-redes internacional da seleção de Portugal Nicolai Yanochko e o olímpico de águas abertas Arsenie Lavrentyev, no sentido de disponibilizar todos os seus recursos para apoiar os atletas das disciplinas aquáticas neste período”.

António Silva, que também preside à Liga Europeia de Natação (LEN), assumiu estar “muito preocupado com os acontecimentos que decorrem na Ucrânia”, acrescentando: “Estamos a desenvolver um conjunto de contactos e ações no sentido de minorar o sofrimento da população ucraniana e dos desportistas em particular. Somos forçados a condenar todo o tipo de violência e iremos cancelar todas as deslocações aos territórios em risco."

Nikolai Yanochko, guarda-redes de polo aquático de origem ucraniana e internacional pela seleção de Portugal, disse já ter manifestado solidariedade aos colegas ucranianos e “disponibilidade para ajudar naquilo que precisarem. Inclusive acolher atletas em situações difíceis provocadas pela guerra”.

Arsenie Lavrentyev, naturalizado português em 2008, nasceu na Rússia, mas viveu na Ucrânia dos cinco aos 23 anos, também condenou os bombardeamentos e considerou que “a Rússia tem de parar o que está a fazer”.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.