A implementação de um projeto que vai permitir surfar à noite no Cabedelo agrada aos surfistas, que dizem que pode aumentar o interesse nacional, mas também internacional, por aquela praia da Figueira da Foz.

O sonho de se surfar à noite na praia do Cabedelo era antigo e está mais próximo de se concretizar, depois de o município (distrito de Coimbra) ter apresentado hoje o projeto de intervenção para o local, que inclui a iluminação para permitir a prática da modalidade depois de o sol se pôr.

"Acima de tudo, prolonga o dia. Se todos os desportos têm luz e se se pode praticar futebol ou ténis à noite, então o surf também pode", salientou Eurico Gonçalves, do movimento cívico SOS Cabedelo, que esteve na origem do projeto que o arquiteto Miguel Figueira apresentou em 2010.

O Cabedelo, salientou o membro do movimento, reúne a infraestrutura que permite fixar os postes para a iluminação durante a noite, para além de ser um espaço "muito consistente" para a prática do surf.

"Surfistas de Coimbra, Pombal e mesmo de Leiria vêm à Figueira para se abrigarem das tempestades. O Cabedelo tem mais dias de surf", frisou, sublinhando que o projeto de iluminação põe "a Figueira no mapa internacional".

"Daqui até ao Mar do Japão não há esta infraestrutura", constatou Eurico Gonçalves, que acredita que a obra vai chamar "cada vez mais gente" para surfar naquela praia.

Para o presidente da Associação Nacional de Surfistas, Francisco Rodrigues, a intervenção poderá ser integrada em competições de cariz especial ou numa espécie de subtroféus, envolvendo os principais surfistas nacionais.

"Este projeto vai permitir que se faça surf em toda a sua plenitude na praia do Cabedelo. Não só acaba por ser um ponto de relevância para a Figueira da Foz, mas também para a comunidade nacional e até internacional", frisou, sublinhando que nesta praia, no futuro, não se vai parar de fazer "boas ondas à séria" só porque o sol se põe.

A surfista Teresa Bonvalot, que está a participar na terceira etapa da Liga Meo Surf, na Figueira da Foz, congratulou-se pelo projeto, recordando que muitas vezes, quando os surfistas acabam as aulas, acabam por ter pouco mais de 20 minutos para treinar, no outono ou no inverno.

"Aqui, poderemos praticar sempre", destacou.