Treze títulos de Roland Garros, quatro títulos no US Open, dois títulos em Wimbledon, um título no Open da Austrália, uma medalha de ouro olímpica de singulares, outra de pares. Um dos quatro jogadores da história (a par de André Agassi, Steffi Graff e Serena Williams) a contar no palmarés com o título olímpico de singulares e os quatro grand slams, o chamado Golden Slam. E muitos outros recordes verdadeiramente inacreditáveis. Rafael Nadal já ganhou (quase) tudo o que de grande há para ganhar no ténis profissional.
Mas não ganhou tudo. Há um grande troféu que teima em escapar ao espanhol e que Rafa vai, uma vez mais, tentar atacar este ano, na tentativa de somar mais um argumento na eterna discussaõ sobre quem é o melhor tenista de todos os tempos: as ATP Finals. Um troféu que os eternos rivais, Roger Federer e Novak Djokovic, já ergueram por seis e cinco vezes, respetivamente.
Finalista da prova por duas ocasiões (2010 e 2013), Nadal está determinado a melhorar o seu menos conseguido registo em torneios 'indoor' de piso rápido e assim conquistar, enfim o título das ATP Finals pela primeira vez na sua ilustre carreira. É que, dos 86 títulos ATP que já conquistou, apenas um foi erguido em 'hard courts' cobertos, no já longínquo ano de 2005, em Madrid.
Curiosamente, desde esse ano Nadal garantiu sempre a qualificação para as ATP Finals, que marcam o final da temporada, mas em seis dessas 15 presenças acabou por desistir antes ou durante a competição.
Em declarações esta sexta-feira sobre o torneio que decorrerá, como nos últimos anos, na O2 Arena, em Londres, Nadal apontou uma série de fatores que justificam o insucesso que tem tido na prova, como a fadiga de final de temporada ou a sua preferência por outras superfícies.
"Podemos encontrar muitas desculpas ou razões para isso, mas no final de contas os números são os números e não mentem", começou por reconhecer Nadal.
Nadal, que terá o estatuto de segundo cabeça-de-série (atrás de Djokovic) e que recentemente igualou o recorde de 20 Grand Slams de Roger Ferderer, ao conquistar mais uma vez Open de França, em Roland Garros, admitiu que a sua forma de jogar não é ideal para os 'hard courts' cobertos, mais rápidos.
"As superfícies indoor nunca foram as ideais para o meu tipo de ténis. Desde o início da minha carreira", apontou o tenis de 34 anos.
"Penso que melhorei nessas superfícis nos últimos anos, em relação aos meus primeiros anos como tenistas, mas os números mostram o que mostram e não os posso desmentir", admitiu. Na semana passada, Nadal atingiu as meias-finais do Paris Masters, no mesmo tipo de superfície, mas acabou batido por Alexander Zverev. Contudo, acredita que as quatro partidas que disputou nesse torneio de Paris o ajudaram a afinar o seu jogo, embora diga não saber o quão perto ficou de uma "preparação perfeita" para a prova em Londres, que arranca domingo.
50.º aniversário das ATP Finals
As ATP finals vão este ano, celebrar o 50.º aniversário desde a sua primeira edição. Contará, como sempre, com os oito melhores jogadores da temporada, divididos em dois grupos. Nadal integra o mesmo grupo de Stefanos Tsitsipas, Dominic Thiem (vencedor do US Open 2020) e Andrey Rublev.
No outro grupo estará o N.º1 do mundo, Novak Djokovic, ao lado de Daniil Medvedev, Zverev e Diego Schwartzman.
Nadal falou ainda da ausência de público e da influência que tal pode ter no desenrolar do torneio. "É triste jogar num estádio vazio. É algo que está longe de ser perfeito, mas a verdade é que podemos jogar ténis e temos de nos dar satisfeitos por termos essa possibilidade. Temos muita sorte por isso!", reconheceu
Esta será a última edição da prova a ser disputada em Londres, rumando no próximo ano a Itália e a Turim.
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