
"Desde o primeiro momento, Cabo Verde, enquanto Estado oceânico, apoiou veementemente e ajudou a construir essa possibilidade. Os recursos marinhos ficam assim muito mais protegidos", considerou José Maria Neves, que foi também primeiro-ministro cabo-verdiano de 2001 a 2016.
Os Estados-membros da ONU alcançaram no sábado um acordo para estabelecer um tratado de proteção do alto mar, após mais de 15 anos de negociações.
"Um grande ganho para a Humanidade. Podemos, com esse cintilante acordo, proteger mais amplamente este importante património comum que é o mar", acrescentou.
O consenso sobre acordo foi alcançado após uma maratona de negociações que teve início a 20 de fevereiro e que deveria ter terminado na sexta-feira, mas que continuou durante a noite até sábado, com mais de 35 horas seguidas de discussões.
O documento define, entre outras coisas, as bases para o estabelecimento de áreas marítimas protegidas, o que deverá facilitar o compromisso internacional de salvaguardar pelo menos 30% dos oceanos até 2030.
"O navio chegou à costa", anunciou a presidente das negociações, Rena Lee, ao confirmar que havia finalmente um consenso sobre o documento. A notícia foi recebida com uma ovação de pé das delegações reunidas na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
A adoção formal do tratado, porém, vai ter de aguardar até que um grupo de técnicos assegure a uniformidade dos termos utilizados no documento e que este seja traduzido nas seis línguas oficiais da ONU.
"Este é um dia histórico para a conservação e um sinal de que, num mundo dividido, proteger a natureza e as pessoas pode vencer a geopolítica", disse Laura Meller, do grupo ambientalista Greenpeace, numa primeira reação.
PVJ (CAD) // JH
Lusa/Fim
Comentários