
A Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) vai enviar para o Ministério Público a documentação relativa a agressão a árbitros durante o jogo do fim de semana entre o Taipas e o Arões SC, jogo do Campeonato da Divisão de Honra, Série B, da Associação de Futebol de Braga.
A APCVD refere, em comunicado, que, "face às imagens difundidas através da comunicação social, onde são visíveis agressões ao árbitro e entre jogadores das duas equipas", está em causa "ilícito criminal de natureza pública". Por isso, irá enviar toda a informação "útil para a prossecução da justiça, atendendo à competência das autoridades judiciárias para a investigação de matéria criminal".
No jogo do último domingo, da 24.ª jornada do Campeonato da Divisão de Honra, Série B, da AF de Braga, o árbitro Ricardo Ferreira foi obrigado a abandonar o relvado após ser agredido por um jogador durante o encontro entre Caçadores das Taipas e Arões.
O incidente ocorreu aos 65 minutos do encontro realizado no Estádio do Montinho, na vila de Caldas das Taipas, no concelho de Guimarães, quando o guarda–redes da equipa da casa, Marco Pinto, agrediu o juiz da partida, após ver o cartão vermelho direto, segundo registos em vídeo a que a Lusa teve acesso.
A agressão deu-se na sequência de uma falta junto à linha lateral, que desencadeou protestos veementes de adeptos da equipa da casa, e momentos de confusão entre atletas, com o guardião dos anfitriões a agredir um jogador do Arões e a ser expulso, antes de se dirigir ao árbitro.
Depois de ser atingido pelo jogador do Caçadores das Taipas, Ricardo Ferreira correu rumo ao balneário, acompanhado pelos árbitros assistentes, Daniel Vale e André Duarte, e deu o encontro da 24.ª jornada por terminado, quando o Arões, equipa do concelho de Fafe, vencia por 1-0.
Na sequência desta agressão, o Núcleo de Árbitros de Futebol do Cávado anunciou o boicote aos jogos do clube da vila de Caldas das Taipas, do concelho de Guimarães, até ao final da época e aos restantes jogos distritais de juniores e seniores até à adoção de medidas como policiamento obrigatório, depois da agressão ao árbitro Ricardo Ferreira, associado do núcleo.
O organismo exigiu também o “aumento do número mínimo aceitável para segurança por assistentes de recinto desportivo”, que, em jogos da AF Braga para a época 2024/25, é de dois elementos, e “o enviesamento total da utilização de pontos de contacto de segurança”, que têm de ser, no mínimo, três.
O núcleo confirmou ainda a colaboração com a Associação de Árbitros de Futebol de Braga para negociar tais exigências com a direção e o Conselho de Arbitragem da associação distrital.
O Caçadores das Taipas anunciou a suspensão do guarda-redes de 37 anos e pediu desculpa a Ricardo Ferreira e ao Arões, reconhecendo que “não há justificação para qualquer tipo de violência dentro ou fora dos relvados”, independentemente das circunstâncias.
O Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Braga já manifestou, em comunicado, o “mais profundo repúdio pela inaceitável e vergonhosa agressão”, que espera ver “severamente punida”.
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