O Sporting soube ser paciente e sofrer para levar de vencida o Desportivo das Aves. O cartão vermelho direto logo aos quatro minutos a Renan Ribeiro não tirou descernimento ao Leão, que passou a 'caçar' com poucos mas bons. A eficácia e o pragmatismo fizeram a diferença, num jogo onde o Sporting soube ser humilde e jogar no seu meio campo. Melhor registo fora de casa desde 2017, com Bruno Fernandes a quebrar mais um recorde. Sétima vitória seguida em todas as provas, 10 jogos sem perder, naquela que é o melhor registo do Sporting esta época.

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O Jogo: vermelho não travou a sexta vitória seguida na Liga

Reação fantástica do Sporting, a saber o que tinha de fazer a jogar com dez. O disparate de Renan Ribeiro, a meias com Mathieu logo aos quatro minutos, podia ter custado caro ao Sporting mas a equipa soube reagir para chegar ao triunfo. De 4-3-3, passou para um 4-4-1, com Luiz Phellype entre os cinco defesas do Aves e Raphinha a fechar nas alas com Bruno Fernandes, estando Gudelj e Wendel no meio.

No final do jogo, na zona de entrevistas rápidas, Inácio disse que o Sporting tinha sido humilde, face às incidências do jogo. Os 'leões' recuaram, esperaram pelo Aves e, quando recuperavam a bola, não saíam desenfreadamente para o ataque ou não tentavam logo o contra-ataque. Era preciso paciência, inteligência, para entrar no último reduto avense, sem deixar a defesa à mercê dos contra-ataques da formação de Augusto Inácio.

Culpa do que aconteceu no primeiro tempo pode ser atribuído ao treinador do Desportivo das Aves que, a jogar com menos um, continuava com uma defesa de cinco homens, três centrais, numa altura em que o Sporting só deixava Luis Phellype na frente. Apenas as acelerações de Luquinhas pela zona central causam perigo. O 2-1 ao intervalo premiava a eficácia do Sporting, que tinha feito três remates enquadrados com a baliza, num total de cinco tiros. Luiz Phellype marcou no único remate enquadrado que fez, Mathieu teve sorte num livre inventado por Bruno Fernandes.

Mesmo com menos um desde os quatro minutos, o Sporting terminava a primeira parte com 67 por cento de posse de bola (dados do GoalPoint). Quando Inácio desfez o 5-3-2 e passou ao 4-3-3 primeiro e 4-4-2 depois, inverteram-se os papeis e o Aves empurrou o Sporting para a sua baliza. Faltava qualidade no jogo pelas faixas para alimentar os homens da frente, até porque pelo meio, Fariña ia fazendo a diferença.

O Aves terminou com 21 remates (apenas cinco enquadrados com a baliza) contra 13 do Sporting, com igualdade na posse de bola (50 por cento a cada), mas raramente criou lances de verdadeiro perigo no segundo tempo. Quem viria a fazer mais um seria o Sporting, com Bruno Fernandes a marcar de cabeça, o terceiro golo marcado em inferioridade numérica.

Vitória de quem soube atacar com qualidade, esperar pela sua vez e usar da qualidade para fazer a diferença. O Aves precipitou-se muito no último terço, com remates sem nexo. Dos 21 feitos, só cinco levaram a direção da baliza. Jogo ingrato para os guarda-redes do Sporting: Renan Ribeiro fez 'asneira' e foi expulso com vermelho direto, Salin entrou e fez o penálti que deu o golo ao Aves.

Momento-chave: Livre estudado e... golo de Mathieu aos 44

O golo de Mathieu aos 44 minutos deixou o Aves sem reação. Jorge Filipe saiu muito cedo da sua zona (para ir junto a um dos postes, caso Bruno Fernandes marcasse direto), colocou todos em jogo: Bruno Fernandes centrou, Wendel falhou o remate mas a bola sobrou para o central francês que fez o 2-1.

Os Melhores: Bruno Fernandes simplificou, Luquinhas ia complicando... o Sporting

Começam a faltar palavras para definir Bruno Fernandes: 16 golos na Liga, que fazem dele o médio com mais tentos numa época pelo Sporting, fez quatro remates, dois deles enquadrados, quatro desarmes e 10 recuperações de bola. Não foi brilhante como noutras ocasiões mas mostrou inteligência e eficácia em quase todos os momentos, com e sem bola

Luquinhas provocou o vermelho a Renan Ribeiro, levou Salin a fazer penálti e foi sempre um 'quebra-cabeças' enquanto teve forças. Merecia melhor acompanhamento.

Os Piores: Renan Ribeiro deixou a equipa em apuros

A forma displicente com que Renan Ribeiro abordou o lance que deu a sua expulsão deve merecer um duro raspanete de Keizer. Pedia-se mais decisão ao guarda-redes do Sporting, que vai falhar a próxima jornada.

Augusto Inácio demorou 45 minutos a mexer na equipa, mesmo a jogar com mais um. A sua equipa passou a ter mais bola no segundo tempo mas definiu sempre mal no último reduto. As mexidas não surtiram o efeito desejado.

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