A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol vai avançar com uma queixa contra os presidentes do Benfica e SC Braga e ainda contra o treinador Abel Ferreira, dos minhotos.

Escreve o Record na sua edição desta sexta-feira que aquela entidade mostrou-se bastante desagradado com as críticas de Luís Filipe Vieira, António Salvador e do treinador do SC Braga, após os jogos das meias-finais da Taça da Liga, onde 'encarnados' e 'arsenalistas' foram derrotados.

O organismo gerido por Luciano Gonçalves já tinha dado início a um procedimento contra o presidente do Benfica no Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, queixa essa que agora será feita contra a Abel Ferreira e António Salvador, treinador e presidente de SC Braga, respetivamente. Diz o Record que, além da queixa no CD da FPF, a APAF está a analisar o conteúdo das declarações de Luís Filipe Vieira, António Salvador, e Abel Ferreira para decidir também se pode avançar com uma queixa-crime nos tribunais civis.

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Fábio Veríssimo, que desempenhou as funções de vídeo-árbitro no Benfica 1-3 FC Porto, foi muito criticado pelos 'encarnados', que alegam que o VAR devia ter anulado o primeiro golo dos 'dragões' por suposta falta no início da jogada e que devia ter chamado o árbitro central Carlos Xistra para ver a jogada do golo anulado ao Benfica no final do primeiro tempo, por entender que não havia fora-de-jogo de Rafa.

Depois das críticas, Fábio Veríssimo acabou por pedir dispensa, por tempo indeterminado, ao Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), considerar que a sua forma não é ideal.

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"O CA recebeu e aceitou um pedido de dispensa do árbitro internacional Fábio Veríssimo. Árbitro de primeira categoria, com inúmeras provas dadas do seu valor, Fábio Veríssimo trabalhará de forma específica sob orientação do CA”, lê-se no comunicado, divulgado pelo organismo.

No comunicado de hoje, o CA diz que “nunca aceitou e nunca aceitará qualquer veto de árbitros por parte dos clubes ou outros agentes desportivos” e que “considera igualmente inaceitáveis quaisquer outros tipos de pressão sobre as nomeações e gestão dos árbitros nacionais”.

Também a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol disse, em comunicado, que “não compreende e não concorda” com a dispensa temporária de Fábio Veríssimo, por decisão do árbitro e do Conselho de Arbitragem federativo.

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“No que diz respeito à decisão tomada pelo próprio, em conjunto com o Conselho de Arbitragem [da Federação Portuguesa de Futebol] de solicitação de dispensa temporária, a APAF, apesar de poder não compreender e não concordar, não pretende interferir na gestão efetuada ao caso”, indica a nota.

O comunicado assinado pelo presidente da APAF, Luciano Gonçalves, a associação manifestou “apoio” a Fábio Veríssimo. Nesse sentido, e sem especificar os visados, este órgão federativo prometeu avançar com queixas sobre “todos os comportamentos de agentes desportivos que entenda serem suscetíveis de perturbar a normal atividade das equipas de arbitragem e o normal decorrer dos jogos e competições”.

Manuel Oliveira recebeu duras críticas por parte do SC Braga, depois de, alertado pelo VAR, ter invalidado um golo aos minhotos, depois de ver as imagens no monitor. O golo, marcado aos 46 minutos, colocaria o SC Braga em vantagem. Os minhotos perderam no desempate a partir da marca de grandes penalidades.

No final do encontro, o presidente do Sporting de Braga acusou Manuel Oliveira de ser um “mau árbitro”, que “não sabe o que faz”, após o desaire nas meias-finais da Taça da Liga em futebol, nos penáltis, com o Sporting. De acordo com o líder dos ‘arsenalistas’, o juiz portuense “não vale nada” e “não tem coragem”, algo que, na sua opinião, trouxe do tempo de jogador, pois “se fosse bom, via que não era falta nenhuma”, referindo-se ainda ao lance do golo anulado.

Abel Ferreira, treinador dos arsenalistas, 'atirou-se' contra o VAR após o golo anulado ao SC Braga frente ao Sporting.

"Temos de perceber o porquê de o futebol português estar mau. Se eu não ganhar os jogos, o presidente despede-me. Eu não vou dizer o que o meu coração sente. Vou usar a sabedoria dos sábios. Vou deixar que as pessoas olhem, que as pessoas analisem, que o futebol português tenha coragem de mudar o que está mal. É muito triste chegar ali, ao balneário, e ver aqueles homens, de família, que querem melhores contratos. Comparem os lances, vejam os lances. Tirem o VAR, por favor. Um dia eu vejo uma coisa, no outro dia vejo outra coisa diferente. Por favor, desliguem o VAR. Deixem os árbitros errar à vontade, deixem-me errar à vontade, deixem os jogadores errar à vontade. E outra coisa: não metam linhas na televisão. Isso confunde quem está a ver. Se nós não temos linhas, o VAR não tem linhas, não as metam na televisão. As pessoas que mandam no futebol que se juntem na mesma mesa e procurem valorizar o espetáculo, os jogadores e, acima de tudo, credibilizar o futebol", atirou.