O juiz Patrick Elias foi sensível ao facto de o advogado de defesa, Alun Jones, ter sido nomeado “há poucos dias”, dando-lhe algumas semanas para entregar a sua defesa por escrito.

O advogado alegou hoje que o cúmulo jurídico decidido pela justiça portuguesa em relação a Vele e Azevedo decretou uma sentença de 11 anos e seis meses de prisão, invalidando uma outra de sete anos e seis meses que refere o mandado que originou este processo.

A procuradora, Melanie Cumberland, replicou que a lei da extradição não requer que o mandado tenha a duração da sentença, mas que exista uma sentença válida.

Todavia, o juiz, apesar de manifestar preocupação por o caso se arrastar há quase dois anos no tribunal, decidiu na mesma dar tempo à defesa do ex-presidente do Benfica para se preparar, pedindo que seja marcada uma nova data em breve.

A análise do recurso esteve marcada primeiro para 13 de maio de 2008, mas foi sucessivamente adiada para 24 de Junho, 30 de Julho e 05 de Novembro do mesmo ano.

Na sessão anterior, a 30 de Julho de 2009, Vale e Azevedo representou-se a si mesmo, alegando a necessidade de poupar dinheiro.

Mas desta vez o ex-presidente do Benfica contratou o escritório de advogados Kaim Todner, que recentemente tem defendido vários casos mediáticos de extradição na Inglaterra.

Este escritório está também a defender Garry Mann, o britânico que está a lutar contra um pedido de extradição da justiça portuguesa por causa de alegado envolvimento em distúrbios durante o Euro2004.

João Vale e Azevedo é objecto de um pedido de extradição para cumprir uma sentença de sete anos e seis meses de prisão pelos crimes de falsificação e burla qualificada no "caso Dantas da Cunha".

Um mandado de detenção europeu foi emitido a 11 de Junho de 2008, ao qual o juiz Nicholas Evans deu provimento a 27 de Novembro do ano passado no Tribunal de Magistrados de Westminster.

Todavia, os advogados de Vale e Azevedo apresentaram um recurso junto do Tribunal Superior de Justiça britânico uma semana depois, a 03 de Dezembro de 2008.

Vale e Azevedo permanece no Reino Unido sob termo de identidade e residência, com o passaporte retido e impedido de viajar para o estrangeiro.