Manuel Tavares, em entrevista à Agência Lusa, diz ter uma "amizade sólida com o presidente do Sporting" (José Eduardo Bettencourt), embora este ano, por "motivos profissionais", até "tenha falado mais com Luís Filipe Vieira (Benfica) do que com Pinto da Costa" (FC Porto).
"A opinião pública - e disso tenho a certeza - reconhece a isenção do jornal e não acredito que exista alguém a dizer que o O Jogo é do FC Porto. Acredito piamente que o caminho de o O Jogo, mesmo tendo começado por dar voz ao FC Porto, é totalmente equilibrado e isento", disse.
Director há 15 anos do diário português, Manuel Tavares assume mesmo que este é o único caminho possível: "É impossível, mesmo para os nossos concorrentes (A Bola e Record) viver de monoculturas".
"A única coisa que posso dizer é que não conheço quem diga que o O Jogo não é uma marca de prestígio e de rigor. E foi exactamente isso que nos fez crescer no segmento de mercado de universitários e jovens quadros, para quem a informação não tem cor".
Exemplo disso, diz Manuel Tavares, é a génese do jornal, em 1985: "Quando surgiu o O Jogo, o mercado perguntou o que poderia acrescentar um novo título desportivo. E nós tínhamos uma opção clara, que era a de não seguir o caminho dos dois outros jornais desportivos, caminhando mais para um plano idêntico aos das outras publicações, sejam políticas ou económicas".
E assim, continua o director, o O Jogo foi "aquilo que o accionista delineou".
"Apesar de todo o crescimento evidente do FC Porto, não havia massa adepta suficiente para suportar um jornal. Além disso, Joaquim Oliveira tem negócios com todos os clubes e não fazia sentido defender um clube, quando se negoceia com todos os outros. Por muito que nos queiram conotar com o FC Porto, isso não acontece", concluiu.
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