Fonte judicial confirmou à agência Lusa que Mário Dias, radicado em Angola, será ouvido às 10:00 na 13.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, no palácio da Justiça, em mais uma audiência da acção em que a Britalar reclama mais de 1,6 milhões de euros em obras alegadamente executadas e que não estavam previstas no contrato de empreitada do centro de estágio do Benfica, no Seixal.

Por entender que não há lugar a pagamentos adicionais à Britalar, a Benfica SAD também accionou a empresa de António Salvador, presidente do Sporting de Braga, que depôs na primeira sessão, realizada a 02 de Junho de 2009.

Nessa audiência, estava previsto o depoimento da parte de Luís Filipe Vieira, mas o presidente da Benfica SAD não compareceu "por motivos imprevistos e inadiáveis", como determinou o juiz Nuno Salpico que ficasse exarado.

A inquirição de Luís Filipe Vieira na qualidade de representante legal do réu ficou programada para 18 de Junho. No entanto, os advogados da Britalar e da Benfica SAD apresentaram pedido de suspensão por um período de 30 dias na tentativa de chegarem a um acordo.

A Benfica SAD recusou um acordo com a Britalar e tentou-se um compromisso arbitral, designando um tribunal competente, o que não foi possível.

Como o entendimento não foi possível, o juiz agendou novas audiências, com o presidente da Benfica SAD a prestar declarações a 17 de Novembro de 2009, numa sessão em que Luís Filipe Vieira pediu aos jornalistas para não assistirem.
O centro de estágio do Benfica foi inicialmente orçado em 12,96 milhões de euros, em meados de 2004, empreitada adjudicada à Britalar.

Mais tarde, o contrato estabelecido entre Benfica SAD e Britalar foi renegociado em mais 2,5 milhões de euros, mas, como disse António Salvador na primeira audiência, o Benfica apresentou mais projectos de especialidade em Janeiro de 2005.
A Britalar comunicou à Benfica SAD que a adjudicação teria de ser feita mediante o pagamento de mais três milhões de euros e, já com as obras do complexo a decorrerem, António Salvador reuniu-se com Luís Filipe Vieira e Mário Dias, que se comprometeram a negociar essa verba adicional num jantar.

Nesse encontro, as partes acordaram que o montante seria reduzido de três para 2,5 milhões de euros, mas, como vincou António Salvador em tribunal, o acordo apenas foi reduzido a contrato "quase dois meses depois".
Contudo, a Britalar reclama mais 1,6 milhões de euros em obras alegadamente executadas e que não estavam contratualizadas, enquanto o Benfica opôs-se e também constituiu a empresa como réu.