Concluído que está o primeiro terço do campeonato nacional, o Sporting é líder isolado, fruto da vitória desta segunda-feira diante do Gil Vicente e da escorregadela do Benfica em Moreira de Cónegos. Já o FC Porto voltou a ganhar pontos a um dos rivais após a vitória em Famalicão, e está a apenas um ponto dos encarnados.

Comparando o desempenho desta época dos principais candidatos ao título relativamente ao ano passado, denotam-se evoluções por parte de Sporting e FC Porto; em sentido contrário, o campeão nacional Benfica revela uma quebra a todos os níveis.

A evolução do leão

Os leões apenas perderam cinco pontos até ao momento, empate em Braga e derrota na Luz, somando nesta altura 31 pontos, mais nove do que no ano passado. À 12ª jornada de 2022/23, os comandados de Rúben Amorim ocupavam a quinta posição na tabela com 22 pontos, tendo somado derrotas diante de Arouca, Boavista, FC Porto e Desportivo de Chaves.

Uma das principais diferenças está no desempenho dos verde e brancos fora de casa. Apesar de manter um registo totalmente vitorioso em casa, o Sporting soma esta temporada apenas uma derrota na condição de visitante, ao contrário da anterior onde, à passagem da ronda 12, já somava três.

Fotos da Semana (18 a 25 de agosto de 2023)
Fotos da Semana (18 a 25 de agosto de 2023) Jogadores do Sporting festejam o golo frente ao Casa Pia créditos: LUSA

No que a golos diz respeito, o Sporting de 2023/24 apresenta igualmente uma melhoria. Com efeito, a equipa de Alvalade soma nesta altura 26 golos marcados, mais dois que no ano passado, e ainda doze golos sofridos, menos dois que na última época.

Relativamente aos golos marcados, é de notar também uma menor distribuição pelos jogadores; responsabilidade neste departamento para Viktor Gyokeres. O sueco leva nove golos marcados no campeonato, sendo que o segundo melhor marcador é Paulinho com seis. No ano passado o equilíbrio era maior entre os goleadores leoninos; Pedro Gonçalves tinha seis golos marcados, seguido de Marcus Edwards com cinco e Nuno Santos com quatro.

Até esta altura, o Sporting ainda não terminaram qualquer jogo do campeonato em branco; já na temporada passada, à 12ª jornada, os leões já somavam três encontros sem qualquer golo marcado.

Já quanto a golos sofridos, e apesar de apresentar um número inferior na presente temporada, os leões têm nesta altura precisamente o mesmo número de jogos na Primeira Liga sem golos consentidos (quatro).

Águia em voo descendente

O Benfica é, dos três crónicos candidatos ao título, aquele que maiores discrepâncias apresenta em comparação com o período homólogo na última época. Com efeito, os encarnados somam nesta altura 29 pontos, menos cinco que na temporada passada, fruto dos empates diante de Casa Pia e Moreirense, e da derrota no Bessa com o Boavista.

Curiosamente, cinco são também o número de pontos que as águias já perderam este ano em jogos longe da Luz, mais três do que no mesmo período do ano passado. Já nos jogos em casa, o Benfica perdeu dois pontos na presente época, ao contrário do registo 100% vitorioso do último ano.

Boavista vs Benfica
Boavista vs Benfica Otamendi não esconde a desilusão com a derrota créditos: LUSA

Para este registo em muito contribui o menor fulgor ofensivo das águias. Nesta altura, o Benfica soma 23 golos marcados, menos onze que em 2022/23, apresentando assim o pior registo ofensivo das águias à 12ª ronda em dez anos. Um número que, apesar de tudo, não impediu o Benfica de conquistar o título nacional em 2013/14.

No que aos marcadores das águias, é notória a falta que Gonçalo Ramos faz à equipa em termos de finalização. À 12ª jornada de 2022/23, o internacional português era o melhor marcador da equipa com sete golos, seguido de Rafa com seis e João Mário com cinco. Esta época o goleador máximo do Benfica na Primeira Liga é Di María com cinco tiros certeiros, seguido de Petar Musa e Rafa com três cada.

Quanto a golos sofridos, os comandados de Roger Schmidt mostram também um ligeiro agravamento. Terminadas as primeiras doze jornadas, o campeão nacional soma nove golos concedidos, contra apenas seis na época transata, isto apesar de não ter registado uma grande diferença no que toca a jogos sem golos sofridos (sete este ano, contra oito no ano passado).

Dragão menos produtivo, mas mais eficaz

O FC Porto é, dos três, aquele que apresenta menos oscilações entre as duas temporadas. Os dragões ocupam nesta altura o terceiro lugar da tabela classificativa com 28 pontos, mais três que o mesmo período da última época. Até ao momento, os azuis e brancos perderam oito pontos, graças às derrotas com Benfica e Estoril, e do empate com o Arouca.

Apesar de apresentar um registo caseiro pior este ano (cinco pontos perdidos, contra três em 2022/23), a melhor pontuação dos dragões esta época prende-se com o desempenho fora de portas. À 12ª jornada da temporada transata, os azuis e brancos já tinham perdido sete pontos nas suas deslocações (derrota com o Rio Ave, e empates com Estoril e Santa Clara); este ano os comandados de Sérgio Conceição apenas perderam pontos na visita ao Estádio da Luz, apresentando um restante registo totalmente vitorioso.

Vitória de Guimarães vs FC Porto
Vitória de Guimarães vs FC Porto Zaidu festeja o empate com os companheiros créditos: LUSA

Olhando para o total de golos apontados, é possível registar uma maior eficácia dos mesmos na obtenção de pontos. Ou seja, o FC Porto tem mais pontos somados esta época, mas com muito menos golos marcados. A formação portista soma nesta altura 18 tiros certeiros, menos nove que em 2022/23, valor que constituiu o mais baixo em trinta anos.

A menor produtividade ofensiva azul e branca está, em muito, ligada a dois nomes: Taremi e Evanilson. Com efeito, à passagem da ronda 12 da temporada anterior, os dois jogadores partilhavam a liderança dos melhores marcadores da equipa portista com seis golos cada, seguidos de Galeno com três. Relativamente à presente época, os dois avançados continuam a ser os artilheiros dos dragões, contudo, ambos registam apenas três golos cada.

Relativamente a golos sofridos, o FC Porto mantém exatamente o mesmo número da última época (8). A única diferença prende-se com o facto de, este ano, os dragões terem os golos sofridos divididos salomonicamente entre jogos caseiros e fora de casa (quatro em cada), não permitindo mais do que um golo em cada um dos jogos; já no ano passado os azuis e brancos permitiram apenas dois golos no Dragão, sofrendo os restantes seis em jogos fora, três dos quais diante do Rio Ave.