A Liga Portuguesa de Futebol Profissional defendeu hoje que é “imperativo” manter a aplicação da orientação de que um caso positivo não torna, por si só, obrigatório o isolamento coletivo das equipas, referindo que a competição não pode parar.
A Liga convocou hoje os médicos de todas as sociedades desportivas que integram as competições profissionais para uma reunião de urgência, depois de os jogos entre o Feirense e o Desportivo de Chaves e entre o Académico de Viseu e Académica, da primeira jornada da II Liga, não se terem realizado devido a casos positivos de covid-19.
“Tal como já foi prática no processo de retoma da Liga NOS 2019-20, é imperativo manter a aplicação plena do ponto 27 do decreto 036/2020 da DGS, também contemplado no ponto 10.2 do Plano de Retoma do Futebol Profissional, que pressupõe que “a identificação de um caso positivo não torna, por si só, obrigatório o isolamento coletivo, das equipas”, e cuja aplicação com sucesso na temporada passada, foi um fator decisivo para o término da competição”, refere a Liga de clubes em comunicado, após o final da reunião.
Na reunião foram abordados os aspetos relacionados com as orientações definidas pela Direção-Geral da Saúde, bem como do Plano de Retoma Específico para o Futebol Profissional.
A Liga de clubes, liderada por Pedro Proença, salienta que adotou um processo de testagem que vai “para lá da obrigatoriedade prevista e requerida pelo decreto 036/2020 da DGS”, com o objetivo de reduzir o risco de contágio dentro de cada clube, garantindo “um controlo de identificação e redução da possibilidade de surtos dentro de cada plantel”.
“Este modelo não pode ser penalizador para uma atividade que não pode parar, sob pena de se produzirem danos irreparáveis”, refere.
A Liga reforçou ainda a importância do “cumprimento escrupuloso” do código de conduta assumido e assinado por todos os agentes desportivos, destacando também a necessidade de todas as sociedades desportivas manterem “uma articulação próxima e regular com o delegado de saúde local da sua região”.
“Sem prejuízo dos cenários epidemiológicos específicos de cada região, em cada momento, garantir a existência de um critério de intervenção uniforme para a mesma tipologia de ocorrência”, defende nas conclusões do encontro.
As conclusões do encontro de hoje vão ser apresentadas numa reunião entre a Liga e o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, agendada para a tarde de segunda-feira, onde será “reiterada a necessidade de implementação destas recomendações sob pena de serem colocadas em causa as competições profissionais futebol na época 2020-21”.
Na manhã de sexta-feira, o Desportivo de Chaves revelou que o médio Guzzo, o guarda-redes Samu e os treinadores adjuntos Pedro Machado e Tiago Castro testaram positivo à covid-19, embora estejam assintomáticos, e, à hora do pontapé de saída do jogo, agendado para as 20:00, chegou a informação de que não se deveria realizar.
Já com as duas equipas prontas para começar a partida, o árbitro João Gonçalves recebeu uma chamada telefónica e deslocou-se durante breves instantes ao túnel de acesso ao relvado, tendo, 27 minutos depois da hora prevista para o início, apitado para que os jogadores recolhessem ao balneário.
Mais tarde, o jogo Académico de Viseu – Académica, que estava agendado para a manhã de hoje, foi suspenso, devido aos casos positivos de covid-19 nos viseenses.
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