O primeiro mês de 2021 foi pintado em tons de verde e braco, num sinal do que iria acontecer mais à frente no ano. O Sporting entrou em janeiro na frente a I Liga e fortaleceu a liderança com vitórias e escorregadelas dos rivais nos primeiros jogos do novo ano, antes de fechar o mês com a conquista da sua terceira Taça da Liga em quatro anos.
Já para Benfica, janeiro de 2021 foi bem menos memorável e ficou marcado, para além das tais escorregadelas, com o clube da Luz a ser assolado por um surto de COVID-19 que atingiu inúmeros elementos do plantel e staff e que chegou também a Jorge Jesus.
Revista do Ano: Os temas que marcaram 2021- as notícias, as reportagens, os vídeos mais vistos. Os insólitos, as frases e as imagens que fizeram furor em 2021
E, para reforçar que em janeiro reinou mesmo a cor verde, lá fora o Palmeiras, orientado por Abel, conquistava a Taça Libertadores. A primeira de duas conquistadas pelo 'Verdão' (e pelo treinador português) em 2021. Mas houve mais, em janeiro de 2021, no mundo do desporto. Recordemos, então, o que de mais importante se passou.
Veja as imagens que resumem o que de mais importante se passou no mundo do desporto em janeiro de 2021
Futebol Nacional
Sporting reina em Leiria e ergue Taça da Liga
Leiria foi, este ano, o palco de todas as decisões da Taça da Liga, albergando a 'final four' da competição, que nas três anteriores edições tinha sido jogada em Braga. Apurados para as meias-finais, depois da conclusão dos quartos de final, em dezembro, estavam os quatro grandes favoritos: Sporting, FC Porto, Benfica e Sporting de Braga.
Assim, era grande a expectativa para as meias-finais. A primeira colocou frente a frente o Sporting e o FC Porto. E os 'dragões' - que continuam sem nunca ter erguido o troféu - pareciam caminhar para a passagem à final, quando Marega marcou, aos 79 minutos o golo inaugural da partida. Mas o Sporting ainda foi a tempo de reagir e teve como herói Jovane Cabral que, vindo do banco, restabeleceu a igualdade aos 86 minutos e selou o triunfo e o apuramento para a final no quarto minuto do período de descontos.
A outra meia-final jogou-se no dia seguinte, com Sp.Braga e Benfica a medirem forças. Desfalcado devido à COVID-19, o Benfica viu o Braga, que defendia o troféu, ganhar vantagem aos 29 minutos, por Abel Ruiz. Pizzi ainda empatou, de penálti, mas a abrir a segunda parte o Braga recolocou-se na frente, graças a um golo de Vitor Tormena, e marcou encontro com o Sporting no jogo decisivo.
A final jogou-se o dia 23, debaixo de muita chuva e com o Municipal de Leiria despido de público devido às restrições de acesso dos adeptos aos recintos desportivos ditadas pela COVID-19. O jogo foi equilibrado, com as duas equipas a ameaçarem o golo, mas o único a marcar foi o Sporting, por intermédio do espanhol Pedro Porro, perto do intervalo. O suficiente para o Sporting conquistar o troféu pela terceira vez em quatro anos e para Rúben Amorim repetir o triunfo na competição que havia vencido há um ano ao leme do Braga.
Benfica atingido pela COVID-19 e a época, que já não estava a ser boa, piorou ainda mais
Nas vésperas de jogar as meias-finais dessa Taça da Liga, o Benfica tinha recebido más notícias. A 19 de janeiro as 'águias' davam conta de que os testes realizados desde dia 16 tinham detetado 17 novos casos de COVID-19 entre jogadores, equipa técnica e ‘staff’, incluindo o presidente Luís Filipe Vieira, pondo em causa a participação da equipa nas competições de futebol.
As águias já tinham confirmado, dias antes, que Waldschmidt tinha testado positivo, bem como alguns elementos da equipa técnica e comunicava agora o agravar da situação, frisando que "na defesa da saúde pública e da integridade física dos atletas envolvidos", remetia para a DGS a decisão de se apresentar ou não em competição nos seguintes 14 dias.
A DGS não se pronunciou, pelo que o Benfica não teve opção se não seguir a competir, confirmando a presença na 'final four' da Taça da Liga e nos jogos que se iriam seguir, entre eles um dérbi em Alvalade, com o Sporting. Se a época - para a qual o Benfica tinha investido como nunca - já não estava a correr bem (os encarnados tinham falhado o acesso à Liga dos Campeões e estavam a quatro pontos do Sporting na classificação da I Liga), iria piorar ainda mais.
O Benfica não só se viu afastado pelo Braga da final da Taça da Liga, como terminou janeiro a nove pontos do Sporting, depois de perder na visita ao terreno do 'eterno rival'. No final da temporada, o clube da Luz falaria de um "rival invisível" (a pandemia) para justificar em parte, a época para esquecer que viveu em 2020/21.
Sporting firme no topo da I Liga e 'clássico' entre FC Porto e Benfica empatado
Quando o ano virou já a ideia de que a candidatura ao título do Sporting, longe de ser favorito à partida, face ao maior poderio e investimento dos rivais, era para levar a sério. Os 'leões' entraram em janeiro com quatro pontos de avanço no topo da tabela e começaram o ano com um duro teste.
A receção ao Sp.Braga, para a 12.ª jornada, logo a abrir o ano, não foi fácil e teve alguns sustos, mas o Sporting resistiu e acabou por triunfar por 2-0.
Para além desse Sporting-Braga e dos embates decisivos da Taça da Liga, janeiro de 2021 contemplou-nos com mais um 'jogo grande'. Foi no Estádio do Dragão, com o FC Porto a receber o Benfica à Jornada 14, e terminou com um golo para cada lado e com as duas equipas a não conseguirem aproveitar uma 'escorregadela' caseira do Sporting nessa ronda.
O Benfica foi o primeiro a marcar, por intermédio de Alex Grimaldo, mas o FC Porto respondeu e chegou ao empate pouco depois, com um golo de Moussa Marega, num encontro em que Mehdi Taremi acabou expulso à entrada para o quarto de hora final.
O mês fecharia com o Sporting na frente, com 39 pontos, mais quatro do que o FC Porto e mais seis do que o Benfica. O Braga, esse, surgia já a nove pontos.
Futebol lá fora
Abel imita Jesus e conquista a Taça Libertadores
Em 2019, Jorge Jesus tinha feito história ao tornar-se no primeiro treinador português a conquistar a Taça dos Libertadores, conduzindo o Flamengo à vitória na mais importante prova sul-americana de clubes. "Daqui a 50 anos, vão lembrar-se que foi um português que conquistou a Libertadores", chegou a afirmar então Jesus.
Mas, a verdade é que a edição seguinte, concluída apenas em 2021 devido à COVID-19, também foi conquistada por um treinador português (e a outra a seguir também, mas isso seria mais à frente no ano), com Abel Ferreira a levar o Palmeiras a um êxito em que poucos apostavam.
Depois de trocar o leme do PAOK, da Grécia, pelo do clube Paulista em outubro de 2020, Abel não conquistou de imediato o coração dos adeptos do 'Verdão', mas aos poucos foi-se afirmando entre o exigente futebol brasileiro e sul-americano.
A campanha na Taça Libertadores não foi fácil, mas em janeiro o Palmeiras estava mesmo entre os semifinalistas. Tudo parecia perdido depois de uma derrota por 2-0 frente ao River Plate, na primeira mão, mas um triunfo categórico por 3-0, na segunda mão, uma semana depois, ditou um embate com o Santos, na final.
A final, jogada no mítico Estádio Maracanã, foi equilibrada e decidida por um golo mesmo no último minuto do período de descontos, quando já todos pensavam no prolongamento. Breno Lopes marcou de cabeça aos 90+8' e abriu caminho à festa do Palmeiras. "A palavra que mais me passa pela cabeça é obrigado. Tenho de agradecer aos jogadores do Palmeiras. Não há bons treinadores sem bons jogadores, sem bons homens", afirmou Abel no final do encontro. Dez meses depois, repetiria a 'gracinha'...
Ronaldo chega aos 760 golos e é o melhor marcador da História...ou não
A 20 de janeiro, marcava ao Nápoles, na Supertaça de Itália, e chegava aos 760 golos na carreira. Seria apenas mais um golo do astro português, não fosse muitos afirmarem categoricamente que com esse remate certeiro CR7 se tornava no maior goleador da História do futebol. Mas a coroação esteva longe de ser unânime.
Isto porque a incerteza era grade sobre os totais de outros grandes goleadores da História, casos de Pelé e Romário, que alegam ter marcado mais de mil golos ao longo da carreira. E, logo no dia seguinte, a o Comité de História e Estatística da Federação de Futebol da República Checa, veio afirmar que um dos maiores do passado, o avançado Josef Bican, que representou a Áustria e a Checoslováquia nas décadas de 1930 e 1940, continuava a ser o jogador com mais golos apontados na história, com um registo de 821 golos em encontros oficiais.
Nada que incomodasse Cristiano Ronaldo. O capitão da seleção nacional continuou 'de pé quente' ao longo de todo o ano de 2021 e já perto do final do ano atingiria mesmo as oito centenas de golos na carreira.
Outras modalidades
Seleção de Andebol faz (um pouco de) história. Mais estaria para vir mais à frente no ano
Também já perto do final do mês, Portugal terminava em 10.º no Mundial de Andebol, a sua melhor classificação de sempre. Depois de concluir a fase preliminar do Mundial 100% vitorioso, batendo as suas congéneres da Islândia (25-23), Marrocos (33-20) e Argélia (26-19), Portugal foi, na ronda principal, batido pela Noruega (28-29) e pela França (23-32), vencendo pelo meio a Suíça (33-29).
A seleção liderada por Paulo Jorge Pereira terminou em terceiro no Grupo III da ronda principal, falhando o apuramento para os quartos de final, mas, ainda assim, conseguiu o 10.º lugar, que correspondeu à sua melhor prestação de sempre na prova. Estava dado o mote para um grande ano da Seleção portuguesa de andebol, que viria a garantir um lugar nos Jogos Olímpicos, onde chegaria a fazer os portugueses sonhar.
O Mundial, esse, jogado no Egito, viria depois a ser conquistado pela Dinamarca, que dessa forma revalidou o título que já era seu ao bater a Suécia por 26-24, na final daquela que foi a 27.ª edição da prova.
Regresso do Moto GP a Portugal confirmado
Em finais de janneiro surgia a notícia que tantos amantes do motociclismo esperavam: o Mundial de MotoGP iria mesmo regressar em Portugal em 2021 (e saber-se-ia depois que até seria a dobrar). O adiamento das corridas marcadas para Argentina (11 de abril) e Estados Unidos (18 de abril), devido ao aumento de casos provocados pela pandemia do novo coronavírus, promoveu o Autódromo Internacional do Algarve de suplente a circuito efetivo do campeonato.
Em 2020, Portimão recebera pela primeira vez uma corrida de MotoGP, em 22 de novembro, com Miguel Oliveira (em KTM) a arrebatar o triunfo. O piloto português, naturalmente, mostrou-se feliz com a notícia. "Lá vamos nós outra vez", escreveu nas redes sociais.
Também para o turismo foi uma boa notícia. A maior associação de hoteleiros do Algarve mostrou-se satisfeita com o anúncio da realização da prova do Mundial de MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, em abril. Estes eventos deve ter continuidade, prosseguindo anualmente", sublinhou o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
O Grande Prémio decorreria, depois, em abril, mas desta feita sem razões para Miguel Oliveira sorrir, ficando em último entre os pilotos que cortaram a meta. O vencedor seria Fabio Quartararo, que no final da época se sagraria campeão do mundo. O Mundial de MotoGP, esse, ainda voltaria mais uma vez a Portugal em 2021.
Comentários