O título mais ambicionado

11 de maio de 2021 - Certamente uma data vai ficar na memória de milhões de sportinguistas. Foram precisos 19 anos de espera para o Sporting voltar a sagrar-se campeão nacional e assim voltar ao topo do futebol nacional.

Jornada 32 da Liga 19/20, três pontos bastariam para os verdes e brancos assegurarem o título em Alvalade, com duas jornadas por jogar no campeonato.

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Um golo apenas, marcado pelo reforço Paulinho (depois de avultado investimento de cerca de 16 milhões de euros em janeiro) na receção ao Boavista tornava o sonho em realidade. O jogo também era de recordes, com o Sporting a ser a primeira equipa da história do futebol nacional a não registar qualquer desaire até à 32.ª jornada.

Depois de confirmado o título de campeão nacional, os adeptos do Sporting saíram à rua pelo país fora e nas ilhas para celebrar o tão almejado campeonato, que já fugia há quase duas décadas ao clube de Alvalade.

Feitas as contas, os leões somaram 85 pontos (26 vitórias, sete empates e apenas uma derrota, no clássico da penúltima jornada frente ao Benfica), mais cinco do que o segundo classificado FC Porto e mais nove que o rival da segunda circular.

Contra todas as expetativas e face à discrepância do valor de mercado do plantel do Sporting em relação aos rivais Benfica e FC Porto, os leões demonstraram que foi possível fazer mais com menos. O Sporting gastou em 20/21 cerca de 28,29 milhões em contratações, em relação aos 22,6 milhões investidos por FC Porto e aos 'estratosféricos' 105 milhões de euros gastos pelo Benfica. A contratação de Darwin Núñez ao Almeria custou 24 milhões de euros e tornou-se na transferência mais cara do futebol português.

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Pedro Gonçalves, na primeira temporada de leão ao peito, depois de se ter transferido do Famalicão, sagrou-se no melhor marcador do campeonato. Com o hat-trick apontado frente ao Boavista na derradeira jornada, superou Seferovic e fez história. Quebrou ainda o 'jejum de 25 anos', período durante o qual nenhum jogador luso arrebatou o troféu, ao apontar 23 golos. Desde 1996 que apenas jogadores estrangeiros tinham vencido o galardão. Finda a grande temporada, a nível pessoal e coletivo, a chamada de Pedro Gonçalves ao Euro 2020 acabou por uma consequência natural, naquela que foi a primeira convocatória do jogador natural de Chaves.

A Taça de Portugal ficou nas mãos do Sporting de Braga

Se o troféu mais apetecido do futebol nacional acabou por ficar nas mãos do Sporting, a segunda competição, em termos de importância, rumou a Braga.

Na final da competição rainha, o SC Braga venceu o Benfica por 2-0, em jogo disputado no estádio Cidade de Coimbra. Um golo de Lucas Piazón, em cima do intervalo (45+3 minutos), e outro de Ricardo Horta aos 85, foram suficientes para que o SC Braga levantasse o troféu, numa partida em que o Benfica se viu reduzido a 10 logo aos 17 minutos. Já perto do final da partida, Lucas Piazón e Adel Taarabt também receberam ordem de expulsão.

Com esta conquista, os bracarenses chegaram aos três troféus na competição, depois da glória em 1966 e 2016.

Na vertente feminina, o Benfica conquistou pela primeira vez o campeonato nacional de futebol feminino, ao bater em casa o Sporting por 3-0, em jogo da 14.ª e última jornada da segunda fase da prova.

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A precisarem apenas de um empate, as encarnadas venceram o encontro com tentos de Nycole (5´), Cloé Lacasse (83) e de Kika Nazareth (87), na conversão de uma grande penalidade. O Benfica acabou por fechar o campeonato com 39 pontos, mais cinco do que o Sporting, a equipa que ficou em segundo lugar, com 34.

Leões dominam 'velho continente' no hóquei e no futsal

Foi histórico, foi épico e muito especial.  O Sporting recuperou de uma desvantagem de dois golos para se sagrar campeão na Liga dos Campeões de futsal por 4-3, repetindo a conquista de 2019.

A perder por 2-0 ao intervalo, os leões reapareceram na quadra determinados e com a sensação de que poderiam mudar o curso da história. A resposta acabou por ser extraordinária, com os verdes e brancos a apontaram quadro golos no segundo tempo e a sofrerem apenas um.

Marcênio começou por colocar o Barcelona em vantagem à passagem dos 51 segundos, naquele que foi o golo mais rápido de uma final. Ximbinha, aos 18 minutos, dilatou o marcador para 2-0. Na segunda parte, Zivky Té reduziu para os leões, com 15 minutos por se jogar na partida. A dois minutos do final do encontro, Erick, aos 28 minutos, fez a igualdade num remate de cabeça. Os verdes e brancos ainda marcaram mais dois golos, por intermédio de João Matos e Pany Varela. Até final, o Barcelona ainda conseguiu reduzir por Ferrão, mas não evitou a vitória da equipa portuguesa.

Tratou-se do segundo título de campeão europeu para o Sporting, depois do primeiro título conquistado em 2019, frente ao Kairat Almaty. Foi ainda a segunda vez na história que um clube conseguiu dar a volta a uma desvantagem de dois golos numa final.

No hóquei, os leões também conheceram a glória europeia ao vencerem a Liga Europeia pela terceira vez, a segunda consecutiva, depois de baterem o FC Porto por 4-3, após prolongamento numa final disputada em solo luso.

Os azuis e brancos ainda estiveram a vencer por 2-0, com golos de Rafa e Gonçalo Alves, mas o Sporting conseguiu chegar ao empate, depois de um golo na própria baliza de Ezequiel Mena, aos 14´, e um tento de Tóni Pérez, aos 38´. Novamente Toni Pérez, e Gonzalo Romero haveriam de confirmar o triunfo dos leões, apesar do golo de Gonçalo Alves.

Com esta conquista, o Sporting assegurou o oitavo título continental para equipas portuguesas, ao reeditar os êxitos de 2018/19 e 1976/77, na sua quarta final, tornando-se no emblema nacional mais vitorioso, com três troféus, mais um do que Benfica e FC Porto e mais dois do que o Óquei de Barcelos.

No total, em todas as modalidades, o Sporting soma já 39 títulos internacionais.

Chelsea campeão europeu no Dragão

O estádio do Dragão, palco de todas as decisões, coroou o novo campeão europeu, com o Chelsea a vencer o Manchester City com um golo de Kai Havertez, tento que bastou para que os 'blues' de Thomas Tuchel fizessem a festa e pudessem reclamar a segunda orelhuda da sua história.

Numa partida em que os citizens contaram com Rúben Dias e Bernardo Silva no onze e João Cancelo como suplente, acabou por ser a equipa londrina a impor-se frente ao campeão inglês. Tratou-se da segunda conquista continental do Chelsea, na prova mais importante de clubes da Europa, depois do sucesso em 2012 e da final perdida em 2018. No palmarés, os blues são ainda detentores de  dois títulos na Liga Europa (2013 e 2019), dois na extinta Taça dos Clubes Vencedores de Taças (1971 e 1998) e uma Supertaça europeia (1998).

Fórmula 1 em Portugal e o regresso de Mourinho ao ativo

O mês de maio também confirmou o regresso de José Mourinho ao ativo, com o treinador português a ser oficializado como novo treinador da Roma. Confirmada a saída de Paulo Fonseca do comando técnico do clube, era a vez de mais um português chegar ao banco do emblema romano.

Depois de ter vencido tudo o que havia para ganhar ao serviço do Inter, o treinador luso mais titulado de sempre regressava a Itália para assumir o comando de uma equipa que não sabe o que é vencer qualquer troféu desde 2008.

Face à fome de títulos da Roma, o português também tenciona voltar a encontrar o trilho dos sucessos desportivos, depois de uma passagem menos bem sucedida ao serviço do Tottenham. Desde 24 de maio de 2017 - vitória da Liga Europa ao serviço do United - que José Mourinho não levanta um troféu.

Na passagem do 'Il Speciale' pelo Inter que orientou entre 2008 e 2010, conquistou, entre outras competições, a sua segunda Liga dos Campeões (2010), depois de ter conquistado a prova em 2004 pelo FC Porto.

Hamilton sorriu no Algarve

No Algarve, na 18.ª edição do Grande Prémio de Portugal, Lewis Hamilton (Mercedes) assegurou no circuito português mais um triunfo na modalidade, ao alcançar a vitória 97 em provas de Fórmula 1.

Hamilton, na segunda prova consecutiva no autódromo de Portimão, partiu do segundo lugar da grelha, mas deixou o holandês Max Verstappen (Red Bull) a 29,197 segundos e o companheiro de equipa, o finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), em terceiro, a 35,530 segundos. O inglês liderou 34 das 66 voltas à pista no Algarve. A corrida acabou por ficar marcada por alguns incidentes: A colisão de Kimi Raikkonen (Alfa-Romeo) com o bólide do companheiro de equipa Antonio Giovinazzi, levou à intervenção do Safety Car. Em maio também fizemos uma entrevista exclusiva ao piloto britânico e que pode recordar aqui.