O Japão arrisca-se a perder os Jogos Olímpicos de 2020 devido à epidemia de Covid-19, indicou hoje a ministra japonesa dos Jogos Olímpicos, precisando que maio será crucial para tomar uma decisão sobre a realização do evento.
“Se lermos o contrato, constatamos que o artigo 66 estipula que o Comité Olímpico Internacional tem o direito de anular os Jogos, no caso destes não serem organizados em 2020”, assumiu Seiko Hashimoto numa intervenção no Parlamento japonês.
A ministra dos Jogos Olímpicos ressalvou, contudo, que este artigo pode significar que Tóquio2020 pode ser adiado para qualquer outra data durante este ano.
Quer o Governo japonês, quer o Comité Olímpico Internacional (COI), hoje reunido para debater medidas a adotar perante a epidemia, têm reiterado o seu compromisso de manter o evento nas datas previstas, entre 24 de julho e 09 de agosto.
“Um membro do COI disse-nos que o final de maio é a data limite para tomar uma decisão”, indicou a ministra, referindo-se a Dick Pound.
Hashimoto concordou que o final de maio será uma etapa importante para perceber se a epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus estará controlada.
“Estamos a empreender todos os esforços necessários para convencer o COI de que os Jogos Olímpicos podem ser organizados em segurança”, reforçou.
Um grande número de eventos desportivos foi adiado ou anulado no Japão e a maior parte das escolas públicas foram esta semana encerradas por um período de um mês.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo duas em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.
Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.
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