A Associação Física de Torres Vedras, com equipas nos campeonatos nacionais de hóquei em patins e basquetebol, está com 2,4 milhões de euros de dívidas, incluindo salários em atraso, segundo uma auditoria hoje apresentada em assembleia-geral.
A auditoria, dada a conhecer aos sócios, concluiu que existem 278 mil euros referentes a cinco a oito salários em atraso aos 160 colaboradores, 70 dos quais são trabalhadores contratados.
A esse valor, acrescem dívidas fiscais de quase 700 mil euros, 378 mil euros em atraso a fornecedores e empréstimos bancários no total de 1,4 milhões, tendo o último de 900 mil euros sido contraído em dezembro de 2013.
A auditoria, a que a agência Lusa teve acesso, aponta como causa a crise que se traduziu na "dificuldade das famílias em alocarem parte do seu orçamento em serviços secundários, como a prática desportiva e a aprendizagem", justificando assim as quedas "acentuadas" nas receitas da natação e sala de exercício".
Segundo a empresa auditora, as receitas têm vindo a cair 9% ao ano desde 2011, ano em que foram de 2,8 milhões, em contraponto com os 2,3 milhões alcançados em 2013, tendência que se perspetiva para a época desportiva 2014/2015, com uma previsão de 2,1 milhões de euros.
A redução de receitas não tem sido, contudo, acompanhada da redução de gastos, que são na ordem dos 2,3 milhões de euros.
A associação depara-se com um "futuro insustentável" ao registar um saldo negativo de mais de 300 mil euros, oriundo sobretudo das equipas profissionais de hóquei em patins (182 mil euros) e de basquetebol (165 mil euros).
Com 59% dos gastos em pessoal, equivalente a mais de um milhão de euros, e 13% numa fatura fixa de 300 mil euros em eletricidade, água e gás, a Física vê-se obrigada a reduzir custos e gerar mais receitas, prioridades que vai traçar no orçamento para a atual época desportiva, o qual vai ser apresentado dentro de um mês aos sócios para ser votado.
A situação financeira levou em agosto à demissão da direção liderada por Luís Carlos Lopes e à eleição de uma comissão administrativa, presidida por Sérgio Galvão, que vai gerir a associação até março, altura em que vão ser convocadas eleições.
Fundada em 1925, possui hóquei em patins, basquetebol, modalidades em que a respetiva equipa sénior milita nos campeonatos nacionais, ginástica e possui ainda aulas de educação musical, ginásio de manutenção e fisioterapia.
Na praia de Santa Cruz, gere um parque de campismo, é proprietária de um campo de tiro, que se encontra encerrado, e de uma discoteca, que decidiu pôr à venda, e é detentor da concessão da praia da Física e respetiva colónica balnear, que os sócios decidiram hoje entregar a privados por uma contrapartida de 1,6 milhões de euros.
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