A seleção portuguesa de râguebi ficou hoje muito perto de fazer história e surpreender o Japão, 10.º classificado do ‘ranking’ mundial, mas perdeu por 25-38, uma diferença de 13 pontos que não traduz fielmente os acontecimentos.
É que quando Ryohei Yamanaka (80+1) fez o quarto ensaio dos nipónicos, já em período de compensação, Portugal estava como ‘peixe na água’ a procurar um ensaio que permitisse inverter a desvantagem, que era de apenas seis pontos quando o cronómetro ultrapassou os 80 minutos.
Declarações após o encontro de râguebi entre as seleções de Portugal e Japão.
Patrice Lagisquet (selecionador de Portugal): “Hoje cometemos alguns erros que penso que o Japão jamais cometeria e essa é a diferença entre as equipas. A nossa organização por vezes não foi eficiente, assim como os alinhamentos. Os dois primeiros ensaios do Japão foram demasiado fáceis para este nível de râguebi e no fim, perder aquela situação de dois para um, não esperava, para ser sincero. Mas acho que nunca estive tão orgulhoso de uma equipa minha como hoje. Os jogadores merecem todo o respeito, porque o que fizeram foi muito interessante.
Não é um caminho longo [para chegar ao nível de Campeonato do Mundo], mas não vai ser fácil qualificarmo-nos, porque vamos jogar contra equipas que estão muito habituadas a apurar-se para o Mundial. Mas hoje mostrámos que continuamos a melhorar e estar tão perto de ganhar este jogo dá-nos confiança na forma como gostamos de jogar râguebi. Mas há ‘arestas’ que precisam de ser limadas.
Como já disse, acho que nunca estive tão orgulhoso de uma equipa. Estivemos juntos pela última vez em julho, e agora tivemos apenas uma semana com o grupo todo, pois sete jogadores dos campeonatos franceses não estiveram no jogo contra o Canadá. E o que fizeram com apenas uma semana de trabalho foi muito bom. Conseguiram mostrar o râguebi que queremos jogar.
Tomás Appleton (‘capitão’ de Portugal): “Os nossos avançados estavam muito confiantes e por isso escolhemos ir para alinhamento em várias penalidades que podiam ter sido chutadas aos postes. Mostrámos que somos capazes de marcar de ‘maul’ dinâmico. Por vezes perdemos a bola, mas a pressão estava lá, a organização também, por isso foi uma boa opção.
À medida que o jogo avançava fomos percebendo que podíamos ganhar. Claro que sempre quisemos ganhar e a nossa equipa vive de vitórias, mas este jogo foi especial. Entrar nos últimos 10 minutos a apenas seis pontos do Japão é enorme.
Estamos orgulhosos, mas não chega. Se queremos chegar ao nível de Campeonato do Mundo, precisamos de mais, de não cometer tantos erros. Mas estamos a crescer muito como equipa e somos muito melhores hoje do que no passado. No final, estamos orgulhosos. É claro que o Japão é melhor do que nós, mas demos uma grande resposta.
Jamie Joseph (selecionador do Japão): “A exibição de Portugal não me surpreendeu. Preparámo-nos muito bem para este jogo, durante a semana, e acho que jogámos bem, mas a disciplina fez a diferença. Todos os jogadores, todo o ‘staff’ são muito duros, nunca desistiram, colocaram-nos bolas nas costas e tivemos alguns problemas com isso. É um aspeto que temos de melhorar para o próximo jogo. Tiro o meu chapéu aos jogadores e treinadores de Portugal.
Foram [Portugal] muito fortes a circular a bola, muito intensos, com muitos ‘off-loads’ e provocaram-nos dois cartões amarelos, pelo que jogámos 20 minutos em inferioridade numérica. Concedemos muitas penalidades. Num jogo, há sempre decisões de 50/50 [para o árbitro], mas nós oferecemos penalidades constantemente, mesmo após fazermos as placagens. É mais um aspeto que temos de melhorar para o jogo com a Escócia [na próxima semana]”.
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