"Há uma perceção, às vezes errada, nos países em desenvolvimento, de que investigação, desenvolvimento e inovação é coisa de países ricos, não é coisa de países ricos, é coisa para nos tornarmos ricos, para desenvolvermos todas as capacidades de transformações que temos que fazer e temos uma opção de aumentar o nível de afetação de recursos em investigação e desenvolvimento", prometeu.
O chefe do Governo falava, na cidade da Praia, na abertura oficial do fórum sobre a formação técnica e profissional em Cabo Verde, deu como exemplo a duplicação dos recursos desde 2020 ao Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA).
"Que tem estado a fazer um grande trabalho, de proveito muito útil para o setor agrícola, mas temos outras áreas de investigação e desenvolvimento que queremos potenciar", prometeu, salientando que a taxa de empregabilidade da formação profissional tem sido entre 70 e 75%.
O primeiro-ministro manifestou ainda a vontade de ver este setor "crescer mais", lançando como principal desafio maior intervenção do setor privado na oferta de ações de formação.
Além das ações de formação profissional e de empreendedorismo, o chefe do Governo considerou que o importante é o setor "ganhar escala e dimensão", para poder chegar a todas as ilhas e reduzir as assimetrias regionais.
"Ter o desafio de em cada ilha ter pelo menos uma escola do ensino técnico-profissional e fazer com que tenhamos essa abrangência", apontou o primeiro-ministro, considerando que isso vai permitir "mudar a cabeça" das pessoas, aumentando a capacidade de autonomia.
Referindo que o sistema de formação profissional está formatado para ser "muito abrangente", disse ainda que o objetivo é levar essa abordagem ao encontro da realidade social do país.
Sob o tema "Debater a Qualidade da Formação Técnica Profissional em Cabo Verde", o fórum de dois dias tem como objetivo fomentar um diálogo profícuo e intercâmbio de experiências, com todos os atores das esferas público privado e da experiência internacional.
Além de Cabo Verde, são esperados oradores de Portugal, do Brasil, do Reino Unido e da Suíça, e participação das instituições ligadas à formação técnica e profissional do país, num evento com apoio da cooperação luxemburguesa, um grande parceiro do país neste setor.
Na sua intervenção, o encarregado de Negócios da Embaixada do Grã-Ducado do Luxemburgo em Cabo Verde, Thomas Barbancey, lembrou que o seu país começou por investir na educação e na sua infraestruturação no arquipélago, tendo depois focado no ensino técnico, na formação profissional e agora está a dar uma "atenção especial" ao emprego.
"O Luxemburgo vem apoiando -- e continuará a apoiar -- o desenvolvimento e funcionamento de um sistema de formação profissional em Cabo Verde", garantiu o mesmo responsável, que chamou atenção para a sustentabilidade do setor, mas também a implicação do setor privado, de pensar as necessidades profissionais futuras, de apostar na inovação e de alargar o acesso.
Durante o primeiro painel do fórum, o diretor geral do Emprego cabo-verdiano, Danilson Borges, avançou que o país conta com 52 entidades formadoras privadas, enquanto as públicas são 12 institutos de emprego e formação, quatro escolas técnicas, a Escola de Hotelaria e Turismo, a Escola do Mar e o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI).
RIPE // PJA
Lusa/Fim
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