O Benfica defronta esta quinta-feira o Arsenal em partida da segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa, a partir das 17h55. Uma partida na qual os 'gunners' terão o estatuto de anfitriãs, mas que será jogada em Atenas, devido às restrições impostas para as deslocações entre Inglaterra e Portugal, em função da COVID-19.

Os encarnados chegam a este encontro depois de falharem o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Já na fase de grupos da Liga Europa, o Benfica conseguiu o segundo lugar do Grupo D, com três vitórias e três empates. Essa posição ditou que os 'encarnados' não teriam estatuto de cabeças de série no sorteio dos 16 avos de final, que colocou o Arsenal no caminho dos homens de Jorge Jesus.

Por seu lado, o Arsenal o Arsenal somou o máximo de pontos no Grupo B, vencendo ambos os duelos com Rapid Viena, Dundalk e Molde. Os londrinos marcaram 20 golos em seis jogos e foram a equipa inglesa mais concretizadora na fase de grupos da segunda competição europeia.

A forma das equipas

Atualmente, o Benfica ocupa o quarto lugar do campeonato nacional de futebol com 39 pontos (11 vitórias, seis empates e três derrotas) e está a realizar uma época aquém das expectativas.

Antes de novo embate com o Arsenal, os encarnados empataram na visita aos algarvios do Farense, na 20ª jornada da I Liga, num encontro que terminou sem golos.

Os convocados do Benfica para o jogo com o Arsenal
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Mas, se a época não corre de feição ao Benfica, o mesmo pode ser dito dos 'gunners', que na Premier League, ao fim de 25 jornadas, ocupam um modestíssimo 11º lugar.

No último fim-de-semana, os homens de Arteta perderam na receção ao Manchester City, por 1-0, e somam agora 34 pontos (10 vitórias, quatro empates e 11 derrotas).

Frente a frente vão, então, estar dois clubes de grande prestígio europeu e que, em conjunto, totalizam cinco finais da Taça UEFA e da Liga Europa, mas nunca conquistaram o troféu.

Histórico de confrontos

Além do empate a uma bola registado na semana passada, Benfica e Arsenal apenas se tinham encontrado duas vezes na história. Foi na temporada de 1991/92, a primeira em que se disputou uma fase de grupos na Taça dos Campeões Europeus (que haveria de ser batizada de Liga dos Campeões na temporada seguinte) que Benfica e Arsenal se encontraram pela primeira e única vez nas provas europeias de clubes.

Orientado por Sven-Göran Eriksson, o Benfica começou por empatar a partida da primeira mão no antigo Estádio da Luz. Isaías abriu o ativo para as 'águias', Kevin Campbell empatou depois para o Arsenal. Depois, na segunda mão, no também já demolido Highbury Park, Colin Pates começou por dar vantagem aos 'gunners', mas Isaías voltou a marcar e empatou a eliminatória.

A decisão seguiu para um prolongamento, no qual as 'águias' estiveram imparáveis. O malgrado Vasili Kulkov fez o 1-2 e Isaías, numa eliminatória memorável, marcou pela terceira vez em dois jogos e fechou o resultado em 1-3 para o Benfica. Desde aí, e apesar de serem presença regular nas provas europeias, não mais os dois clubes voltaram a medir forças na Europa em jogos oficiais, até à semana passada.

O que dizem os treinadores

Jorge Jesus, treinador do Benfica, fez a antevisão ao duelo de amanhã, contra o Arsenal na segunda mão dos 16-avos de final da Liga Europa, afirmando ter as melhores expetativas para o jogo na Grécia.

"As expetativas são as melhores, não só porque confias que tens capacidade para disputar este segundo jogo e garantir o apuramento, como nas expetativas de continuar nesta competição. A confiança é total, o respeito pelo adversário também, sabendo o valor desta equipa. Antes do primeiro jogo já acreditávamos que podíamos disputar a eliminatória e é isso que vamos fazer à Grécia, disputar a eliminatória e as expetativas são as melhores, acreditando que podemos passar", disse.

O técnico do Benfica referiu depois não ter responsabilidade na crise que o clube atravessa, frisando os efeitos que a COVID-19 teve na equipa, considerando as críticas "injustas".

"Nós, Benfica, durante estas semanas, meses somos alvo de críticas injustas e passo a explicar porque: eu, como treinador do Benfica, serei sempre o responsável pelos bons e pelos maus resultados quando eu tiver alguma responsabilidade nisso. 'Então mas tu és treinador do Benfica e não tens a ver com esta crise?' Não, não tenho, porque eu não treinava os jogadores do Benfica, os jogadores estiveram doentes durante dois meses, em janeiro o Benfica era 2.º, a dois pontos do Sporting. Em janeiro, o Benfica teve 12 jogadores fora por COVID-19, desses seis, sete normalmente jogavam. Inclusivamente a equipa técnica teve várias sessões de trabalho que não deu à equipa", explicou.

Na antevisão, Mikel Arteta, treinador do Arsenal, considerou o encontro como "uma final", lembrando que as 'águias' são "uma equipa de Liga dos Campeões".

"É um adversário difícil, uma equipa de Liga dos Campeões, que há muitos anos tem jogado este tipo de jogos e que tem com um treinador com muita experiência, mas para nós amanhã é uma final", começou por afirmar o técnico espanhol do conjunto londrino em videoconferência de imprensa.

Arteta lembrou a forma como o Benfica defendeu no jogo da primeira volta, colocando por inúmeras vezes os atacantes dos 'Gunners' em fora-de-jogo. "Eles têm uma linha defensiva agressiva e não sabemos se vão apostar numa linha de três ou de quatro amanhã. Não sei o que vão tentar fazer. Mas sei que no primeiro jogo nos conseguiram colocar em fora-de-jogo muitas vezes e espero que amanhã tentem fazer o mesmo", apontou.

Com a sua equipa atualmente no 11.º lugar da Premier League inglesa, Arteta sabe que a Liga Europa poderá ser a tábua de salvação da temporada e uma forma de chegar à Liga dos Campeões. "Sempre que jogas uma competição da qual podes sair, sabes as consequências e neste clube é sempre para ganhar as competições nas quais estás", reforçou.

Arbitragem

A UEFA anunciou na manhã de terça-feira o nome dos árbitros que vão dirigir as partidas da segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa.

O holandês Björn Kuipers foi o designado para o Arsenal-Benfica, encontro que terá lugar na Grécia, em virtude das condicionantes ditadas pela COVID-19.

Kuipers, que vai ser auxiliado pelos compatriotas Sander van Roekel e Erwin Zeinstra, com Danny Makkelie como quarto árbitro e Pol van Boekel, assistido por Rob Dieperink, no vídeoárbitro, é um velho conhecido das 'águias'. Esteve na final da Liga Europa perdida em 2013 para o Chelsea.