Não tem Lionel Messi, não tem Cristiano Ronaldo, mas é talvez o campeonato nacional que mais emoções e espetacularidade proporciona aos amantes do futebol de clubes em geral e aos portugueses em particular, dado o número de jogadores (e treinadores) lusos que lá moram. A edição 2021/22 da Premier League arranca esta sexta-feira, com com a visita do Arsenal ao Brentford, e a 1.ª jornada oferece-nos já há jogo grande, com o campeão Manchester City a visitar o Tottenham, agora treinado por Nuno Espírito Santo.
O SAPO Desporto antecipa o que esperar da Premier League 21/22, com três grandes equipas na linha da frente para tentarem roubar o ceptro ao Manchester City, a começar desde logo pelo seu vizinho e rival United, que investiu forte para a a nova época.
'Red Devils' juntam reforços de qualidade a Bruno Fernandes em busca de um título que foge desde 2013
O Manchester United arranca para a nova época com altas expetativas no que toca à conquista do título. Um título que os 'Red Devils' não erguem desde 2012/13, ou seja, há oito épocas. Depois de, na temporada passada, ter terminado no segundo lugar (ainda que a 12 pontos do rival Manchester City), a turma de Ole Gunnar Solskjaer viu chegar dois reforços de peso (contratados a peso de ouro), mas que poderão dar a Bruno Fernandes a ajuda de que o mágico português precisa para levar o clube mais além.
Do Borussia Dortmund, a troco de 85 milhões de euros, chegou o jovem avançado internacional inglês Jadon Sancho para reforçar o ataque, e do Real Madrid deve chegar Raphael Varane, por quem os vermelhos de Manchester terão pago mais de 40 milhões de euros.
Contratações que podem fazer a diferença numa equipa que já conta, para além de Bruno Fernandes, com nomes como Cavani, Paul Pogba (que ao que tudo indica vai continuar no clube) ou Marcus Rashford, para referir apenas alguns. Com um 'onze' de respeito e boas alternativas no banco para a maior parte das posições, o United promete dar luta a um City que desde 2014 termina sempre à sua frente na classificação.
Campeão investiu forte numa das novas coqueluches do futebol inglês...e Kane ainda pode chegar
O City, porém, não vai ser um alvo fácil de destronar por ninguém. Campeão por três vezes nas últimas quatro épocas, dominou por completo a Premier League na temporada passada, conquistando com tranquilidade o título, ainda que falhando depois o objetivo que teima em fugir à turma de Guardiola: a Liga dos Campeões.
Para 2021/22, os 'cityzens' voltaram a investir forte: ainda que, para já, num só jogador. Resta saber se Kane também rumará aos azuis de Manchester.
Jack Grealish, de 25 anos, brilhou a grande altura no Aston Villa na temporada passada, mostrou qualidade no EURO'2020 e para o ter o City pagou nada mais, nada menos do que 117 milhões de euros: a transferência mais cara do mercado de verão em toda a Europa.
Entre as saídas, destaque para Sergio Aguero (que contudo estava já longe de ser um titular indiscutível) e do jovem defesa Eric Garcia. Mas, com uma defesa com Rúben Dias, jogador do ano em Inglaterra na ultima temporada, a de estreia na Premier League, como patrão, e com muita qualidade em todos os setores do terreno, o City voltará a partir como o principal candidato ao título.
Depois da Europa, Inglaterra: Chelsea determinado a subir ao trono também a nível interno
Campeão europeu em título, o Chelesa surpreendeu o Manchester City na final da Liga dos Campeões da última época e sagrou-se campeão europeu. Agora, e com o regresso de Romelu Lukaku ao clube, o Chelsea promete dar luta à equipa de Pep Guardiola também na Premier League.
E, a vincar essa firme candidatura do Chelsea ao título inglês, o registo dos 'blues' desde que Thomas Tuchel assumiu o leme do clube, em janeiro: 19 vitórias em 30 jogos e uma sequência de 14 jogos sem perder logo à chegada do técnico alemão.
Caso se confirme a chegada de Lukaku, os 'blues' poderão apresentar um onze inicial com Mendy; Azpilicueta, Thiago Silva, Rudiger; James, Jorginho, Kanté e Chilwell; Mount, Lukaku e Havertz, com homens como Zouma, Bakayoko, Christian Pulisic, Ziyech no banco. Dá que pensar...
Liverpool em busca do título perdido
Campeão com um número recorde de pontos em 2019/20, o Liverpool era visto como claro favorito à revalidação do título em 2020/21, mas acabou em quarto e com dificuldades até para garantir um lugar na Liga dos Campeões, devido, em grande parte, às lesões que apoquentaram vários jogadores do plantel, sobretudo no centro da defesa.
Mas Virgil van Dijk, Joe Gomez e Joël Matip estão, agora, recuperados e prontos para dar o seu contributo aos 'Reds' logo a partir do início da nova temporada, numa defesa ainda reforçada pela chegada de Ibrahima Konaté, contratado por 40 milhões de euros ao Leipzig.
Quem não vai estar, contudo, é Georginio Wijnaldum, que rumou ao PSG a custo-zero, desfalcando assim o meio-campo às ordens de Klopp. Na frente de ataque não há grandes novidades, mas Roberto Firmino, Mohamed Salah, Sadio Mané e Diogo Jota são garantia de golos e espetáculo. Resta saber se chega para fazer frente a adversários já tão poderosos e que se reforçaram ainda mais.
Duo londrino à espreita de escorregadelas dos das frente para chegarem à 'Champions' e a incógnita Aston Villa
Se, há poucos anos, se falava num 'Big 6' em Inglaterra, os dois grandes rivais do norte de Londres parecem, de há uns tempos para cá, fora dessa luta. Arsenal e Tottenham não serão, à partida, candidatos ao título, depois de campanhas dececionantes em 2020/21.
Os 'gunners' terminaram num muito modesto oitavo lugar, a sua pior classificação em várias épocas, e não vão estar sequer nas provas europeias em 2021/22 (o que até pode ser uma mais valia em comparação, por exemplo, com um Tottenham que irá jogar a nova Liga Conferência da UEFA, que poderá implicar viagens a lugares bem remotos da Europa). Ao leme da equipa segue o espanhol Mikel Arteta e em reforços foram já gastos cerca de 80 milhões de euros, mais de metade dos quais na contratação do defesa de 23 anos Ben White ao Brighton.
Chegou também um médio, Albert Sambi Lokonga, vindo do Anderlecht, e do Benfica veio Nuno Tavares. Mas será surpreendente se o Arsenal acabar por se intrometer ate na luta por um lugar na Champions.
E o mesmo pode ser dito para o seu eterno rival Tottenham, que volta a ter um treinador português. Depois da saída de José Mourinho a meio da temporada passada, entra Nuno Espírito Santo, que deixou o leme do Wolverhampton. E Nuno encontra-se, desde logo, com a perspetiva de ver sair o seu melhor jogador e capitão, Harry Kane.
Para já, e ainda com Kane no plantel para o embate da primeira jornada com...o City, chegaram aos 'Spurs' três reforços: o guarda-redes Pierluigi Gollini, emprestado pelo Atalanta, o médio ofensivo Bryan Gil, contratado ao Sevilha, e Cristian Romero, defesa internacional argentino contratado à Juventus, que o tinha cedido ao Atalanta.
Mesmo que Kane parta, o Tottenham continuará a contar com Son Heung-min ou Delle Ali, Hojbjerg, Giovani Lo Celso, Sergio Reguilon ou Lloris. Estrelas, portanto, não faltam. Mas dificilmente chegarão para se intrometer na luta pelos quatro primeiros lugares. Sobretudo olhando para os resultados da(s) temporada(s) mais recente(s).
Uma luta onde - talvez até mais depressa - se poderão intrometer Leicester e Aston Villa. Os 'Foxes' estiveram muito perto de, na última época, tirar ao Liverpool o acesso à Liga dos Campeões e esta temporada até já derrotaram o City na Supertaça Inglesa. Jamie Vardy continua a pontificar na frente e em reforços foram gastos 50 milhões de euros nas contratações de outro ponta de lança, Patson Daka, ao Salzburgo e do médio defensivo Boubakary Soumaré ao campeão francês, Lille.
Quanto ao Aston Villa, é uma equipa em crescendo no futebol inglês. E, mesmo tendo perdido Jack Grealish, pode surpreender, mesmo tendo os 'villains vencido apenas dois dos 12 jogos da Premier League em que o internacional inglês não jogou na temporada passada.
Com os 117 milhões de euros recebidos do City por Grealish, o Villa investiu 38 milhões na contratação do extremo argentino Emiliano Buendían ao Norwich, 35 na aquisição do goleador Danny Ings e 32 para trazer outro extremo, o jamaicano Leon Bailey, ao Bayer Leverkusen. E há ainda o regresso do experiente Ashley Young ao clube, que chega a custo zero, vindo do Inter. Reforços que, mesmo sem Grealish, poderão levar a a turma de Birmingham, a intrometer-se na luta com os da frente.
Uma Premier League com sotaque português
Uma vez mais, serão muitos os portugueses a pontificar na Premier League em 2021/22. No que toca a treinadores, para além de Nuno Espírito Santo, que trocou o leme do Wolverhampton pelo do Tottenham, há ainda Bruno Lage, eleito para lhe suceder nos Wolves.
E são os Wolves, claro, quem com mais futebolistas lusos conta no plantel. Esta temporada são nove: José Sá, Nélson Semedo, Bruno Jordão, Rúben Neves, João Moutinho, Pedro Neto, Daniel Podence, Francisco Trincão e Fábio Silva.
Mas são muitos mais os portugueses prontos para entrar em cena em mais uma edição Premier League inglesa. Começando pelo topo, no Manchester City há Rúben Dias, João Cancelo e (pelo menos para já) Bernardo Silva. No United temos Bruno Fernandes e Diogo Dalot (regressado do empréstimo ao AC Milan), e no Liverpool há Diogo Jota. Ou seja, entre os quatro grandes candidatos ao título, só o Chelsea não tem qualquer português.
No Tottenham (ainda) não há nenhum jogador português, para além do treinador, mas o Arsenal foi buscar Nuno Tavares ao Benfica para o juntar a Cedric Soares. No Leicester continua Ricardo Pereira, e no Everton segue André Gomes. O West Ham tem nos seus quadros o avançado Xande Silva e o recém-promovido Watford está Domingos Quina.
São pois, ao todo, 21 os jogadores portugueses a integrar o plantel das equipas que vão disputar a Premier League em 2021/22.
Eis os portugueses que vão estar em cena na Premier League esta temporada
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