Mais uma vitória pela margem mínima, mais um triunfo arrancado nos minutos finais. O Sporting caminha a passos largos para um título que lhe foge há 19 anos e, pela eficácia - ofensiva e defensiva - mostrada pela equipa, poucos acreditam que os pupilos de Rúben Amorim não serão campeões no final da época.
Na 23.ª jornada da I Liga os Leões foram até o distrito de Viseu vencer o Tondela por 1-0, golo de Tiago Tomás aos 81 minutos, num terreno onde o Sporting tinha perdido nas duas últimas deslocações. A formação verde e branca coloca pressão no Braga, que poderá regressar ao segundo lugar se vencer o Famalicão na segunda-feira, e sobre o FC Porto, terceiro colocado (mesmos pontos que o Benfica que já venceu o Boavista), que recebe o surpreendente Paços de Ferreira.
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O Jogo: Já não é só estrelinha de Leão
É na eficácia que se explica a liderança deste Sporting na I Liga. Na defesa, a equipa tem estado quase imbatível e só sofreu três golos nos últimos 12 jogos. Sem deslumbrar muito no ataque, a equipa de Rúben Amorim tem sido muito eficaz na forma como aproveita as oportunidades e muito sólida a defender a vantagem.
Em 23 jogos da I Liga, o Sporting apenas sofreu 11 golos, seis em casa e cinco fora. Este é um registo histórico já que nunca na história do clube o Sporting somou tão poucos golos sofridos em 23 jornadas da I Liga.
Frente ao Tondela não foi diferente. Num terreno onde tinha perdido nas últimas duas deslocações, Rúben Amorim manteve-se fiel às duas ideias, na caminhada leonina rumo ao título que foge há 19 anos. Já Pako Ayestaran modificou um pouco a sua equipa, com o Tondela a atuar e 5-4-1. Os dois estremos, Murillo e Olabe, fechavam por dentro para não permitir a saída do Sporting pelos defesas.
O 5-2-3 ou 3-4-3 do Sporting encaixou no 5-4-1 do Tondela, e o jogo tornou-se previsível, com pouco rasgo individual e coletivo. Não foi de admirar que o primeiro tempo tenha terminado com apenas um remate à baliza, feito pelo Sporting, nos seis dos Leões nessa fase, contra apenas um dos beirões.
Um jogo à semelhança dos últimos do Sporting, onde a equipa tem sido muitas dificuldades para desequilibrar no último terço.
Se na primeira parte só por uma vez os Leões acertaram na baliza de Trigueira, o segundo tempo foi melhor, com mais três tiros enquadrados, num total de 14 remates em todo o encontro (oito no segundo tempo). Apesar de os números mostrarem uma superioridade do Sporting - que existiu -, o Tondela não se limitou a defender e podia ter marcado até primeiro, depois de até ter começado melhor o segundo tempo.
Tal como aconteceu em outros momentos de aperto esta época, Rúben Amorim desfez a defesa a cinco e passou ao 4-4-2, para forçar nos derradeiros minutos, e voltou a colher frutos dessa ousadia.
Foi já com o talismã Daniel Bragança em campo que surgiu o golo da vitória, numa jogada de insistência onde Pedro Gonçalves conseguiu encontrar Tiago Tomás, esquecido na área do Tondela, aos 81 minutos. Este foi o sexto encontro onde o Sporting só conseguiu chegar ao triunfo com Daniel Bragança a saltar do banco: tinha acontecido com Gil Vicente (duas vezes), Benfica e Santa Clara para a Liga, e FC Porto para a Taça da Liga.
Momento-chave: Mário González desperdiça o 1-0
No melhor período do Tondela do jogo, o avançado Mário González desperdiçou a oportunidade mais flagrante da equipa em todo o jogo, aos 53 minutos. Murrilo centrou da direita, o avançado espanhol falhou o desvio à boca da baliza, já com Adán batido.
Os Melhores: Tiago Tomás a resolver, baliza fechada a sete chaves
Mais um jogo sem sofrer golos por parte do Sporting. Frente a uma equipa que somou 23 dos 24 pontos que tem na Liga em casa, os Leões permitiram pouco perigo junto da sua baliza. Voltaram a não sofrer golos, algo que aconteceu por nove vezes nos últimos 12 jogos para a I Liga.
Tiago Tomás voltou a estar em evidência ao marcar o golo da vitória, o sexto esta época, o terceiro na Liga e o primeiro neste 2021. Aos 18 anos, supera registos de Nani, Cristiano Ronaldo e Quaresma no Sporting.
Reações: Amorim destaca bom jogo, Pako Ayestarán gostou do que viu
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Tiago Tomás: "Sabia que mais cedo ou mais tarde havia de chegar o golo"
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