O mundo parou a 24 de fevereiro deste ano quando a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia, que já causou quase 700 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, além de ter provocado a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas.
O conflito chocou o mundo e em especial a Europa, que se viu a braços com uma guerra à porta de casa. Rapidamente começaram a surgir iniciativas para ajudar o povo ucraniano e muitos foram os que se mobilizaram para receber refugiados ou para ajudar com bens essenciais.
Certo é que, até ao dia 15 de março, Portugal já tinha recebido 10 mil pedidos de proteção temporária de pessoas provenientes da Ucrânia.
Numa altura de aperto, o desporto não quis ficar apenas a ver e apressou-se a dar a mão a quem precisa. Exemplo disso são os vários casos de clubes, federações e organizações que tomaram medidas para ajudar à reinserção dos refugiados ucranianos.
Federação de Xadrez acolhe famílias ucranianas
A Federação Portuguesa de Xadrez (FPX) foi um dos organismos ligados ao desporto que rapidamente se mostrou disponível para acolher famílias ucranianas, através de uma campanha de solidariedade. E os pedidos não se fizeram esperar.
Em resposta a um apelo, a FPX recebeu uma mãe com dois filhos: Nikita Nechytailo, de 11 anos, e Lev Nechytailo, de nove. A casa onde viviam, em Bucha, a cerca de 30 quilómetros de Kiev, foi destruída por uma bomba, o que forçou a família a fazer-se à estrada.
Os três chegaram a Portugal a 12 de março, depois de uma longa viagem de carro, e ficaram alojados no Hotel Roma, sob alçada da Federação. "Nós recebemo-los, acolhemo-los e começámos a preparar os papéis dos menores para terem o estatuto de refugiados", explicou Dominic Cross, presidente da Federação Portuguesa de Xadrez, em entrevista ao SAPO Desporto.
Apenas um dia depois de chegarem a Portugal, os dois irmãos estrearam-se em competição pelo Independente Futebol Clube Torrense e integraram logo a equipa que se sagrou campeã distrital de Setúbal de partidas rápidas da categoria de Sub-08 a Sub-12.
No entanto, nos últimos dias, Nikita e Lev deixaram Portugal rumo à Alemanha. "As pessoas quando chegam estão muito confusas, o que é natural", referiu o presidente da FPX. "Estávamos a procurar casa para eles, mas, entretanto, uma amiga conseguiu-lhes um contacto na Alemanha que lhes prometeu casa e trabalho e eles optaram por essa solução", acrescentou.
"Não foi por falta de empenho e apoio do nosso lado. Mas as pessoas chegam a Portugal, olham para os salários, para os trabalhos e para as rendas, e acabam por ficar com algum medo do futuro. Ainda mais quando existe um marido ou um pai na guerra", lamentou Dominic Cross.
Mas, a Federação Portuguesa de Xadrez não baixou os braços e já se prepara para acolher mais pessoas. "Estamos em conversas com uma família um bocadinho mais complicada, que quer trazer os seus cães. Uma mãe com dois filhos. Estamos a fazer contactos para encontrar a melhor solução para eles e possivelmente vão para a Maia", contou.
Esta família ainda está na Ucrânia e tenta agora chegar aos países fronteiriços para, a partir daí, seguir para Portugal. Viajar de comboio é uma opção, mas existem outras.
"Eles querem tentar sair durante o próximo fim de semana. Quando chegarem à fronteira nós vamos tentar contactar associações para saber se estão a ir lá buscar pessoas e se têm vagas para eles. Senão temos de procurar os tradicionais transportes públicos", justificou Dominic Cross.
Quando a família chegar eventualmente ao nosso país, há muito para tratar. O primeiro passo é preparar a burocracia que envolve registar uma família com estatuto de refugiada. Com essa parte resolvida, a FPX começará à procura de alojamento.
"A partir daí fazemos apelos à comunidade e contactamos as associações de apoio que existem. Tentamos trabalhar a rede que existe para procurarmos a melhor solução para essas pessoas", salientou. "Entretanto com o lançamento da nossa campanha de solidariedade também já fomos contactados por portugueses com casas ou vivendas que se mostraram disponíveis para receber essas pessoas."
Segue-se a integração das crianças a nível escolar e do próprio xadrez. "Procuramos um clube para os jogadores e uma solução para eles poderem ter um treinador. No caso da mãe, depois de ser feito o registo, tentamos guiar para os centros de emprego. Ajudar nas traduções e nesse tipo de coisas", destacou.
O presidente da Federação Portuguesa de Xadrez considerou que esta integração é facilitada pelo facto de o xadrez ser "muito popular na Ucrânia". "Acredito que existam muitos jogadores que queiram vir para cá. Recebemos também o contacto de uma família ucraniana que já está em Portugal e que querem colocar o filho no xadrez."
A caminho ou em Portugal, o organismo garante estar de braços abertos para receber mais refugiados ucranianos e ajudar em tudo o que estes precisarem. Mas, a Federação Portuguesa de Xadrez não é caso único no nosso país, felizmente.
Benfica integrou quatro crianças ucranianas
Outro dos emblemas que desde cedo se mostrou disponível para ajudar os ucranianos foi o Benfica. Exemplo disso é o facto de que a Fundação dos encarnados se prepara para ajudar na integração de quatro crianças que estavam inscritas nas escolas dos Benfica na Ucrânia.
Oleskii, de sete anos, Myron, de oito, Nikita, de 12, e Illia, de 13, são os quatro rapazes, todos de Kiev, que a Fundação Benfica vai ajudar durante o próximo ano e, por serem alunos da Escola do Benfica, serão recebidos pelas escolas dos encarnados nas respetivas zonas de residência (Mortágua, Lisboa e Sagres).
As crianças são integradas em Portugal, também com o contributo do Estado português, mas é o Benfica que garante a adaptação ao país. "Estas são as primeiras quatro crianças que já estão em Portugal com as mães. Jogavam na escola em Kiev. Eles vão poder inscrever-se nas escolas do Benfica e estão abertos a todas as modalidades. Não só o futebol", disse o presidente da Fundação, citado pela Lusa.
"Há pessoas no Benfica com capacidade para ajudar as famílias. Sabemos que há uma pessoa que está à procura de casa. Nós vamos dar aconselhamento sobre os locais mais apropriados para morar. Estamos sempre abertos a ajudar até as famílias estabilizarem. Posso dizer que nenhuma delas (das famílias recém-chegadas e ajudadas pela Fundação Benfica) está parada. Estão já à procura de trabalho", explicou.
Inicialmente o apoio do Benfica está virado para estas quatro crianças, mas, segundo Carlos Móia, podem chegar às três dezenas. "Achamos que poderão chegar cerca de 30. Conforme as crianças forem chegando e fizerem parte da lista de atletas do Benfica, que estão escritos esta época em Kharkiv e em Kiev, serão ajudados garantidamente", afiançou.
Mas a ajuda dos encarnados não fica por aqui. Além de ajudar refugiados, a Fundação Benfica organizou ainda uma recolha de bens essenciais para serem enviados para a Ucrânia. O organismo preparou uma ação de voluntariado em parceria com a SIC Esperança e contou com o apoio do defesa belga Jan Verthongen, do capitão André Almeida, do avançado Gonçalo Ramos, do médio Paulo Bernardo e do defesa Tomás Araújo.
Em declarações à BTV, Jan Vertonghen mostrou-se satisfeito por poder ajudar. "É fantástico que as pessoas estejam aqui para ajudar. É uma situação má, toda a gente que possa deve tentar ajudar. O futebol é mais do que um jogo, é bom que toda a gente procure um mundo melhor. Há muitas pessoas que precisam de ajuda. É uma boa causa e excelente poder fazê-lo no Benfica", referiu o central belga.
No final, a iniciativa da Fundação Benfica contabilizou mais de 100 toneladas de bens angariados, que foram divididos por cinco camiões para depois seguirem para a Ucrânia.
Sporting de Braga contratou guarda-redes ucraniano e recebeu a sua família
Um dos clubes portugueses mais ativos na ajuda à Ucrânia foi o Sporting de Braga. Desde o primeiro dia, os arsenalistas mostraram-se disponíveis para receber ucranianos. E cumpriram.
O clube liderado por António Salvador contratou no verão Bohdan Isachenko, guarda-redes ucraniano de 18 anos. O jovem jogador chegou a Braga proveniente do Dínamo de Kiev, clube que representava desde os 11 anos.
Com o início do conflito, Isachenko pediu ajuda ao Sporting de Braga para trazer a mãe, Natalia Zherzherunova e a irmã Varya, de nove anos, para Portugal. O clube assentiu ao pedido do jovem guarda-redes e as duas chegaram a Portugal no último domingo.
"O meu país está numa situação difícil, mas nós somos guerreiros, nós somos cossaks, e eventualmente vamos ganhar", disse Isachenko aos meios de comunicação do Sporting de Braga, antes de agradecer ao clube. "Só lhes posso agradecer. Vou sempre tentar dar tudo no relvado ao clube, ao Sporting de Braga. Para retribuir o que eles fizeram por mim", prometeu.
O jovem guarda-redes contou ainda como viveu os primeiros dias do conflito. "Aqui são menos duas horas que em Kiev. E quando eu acordei, os meus amigos na residência disseram-me que algo se estava a passar na Ucrânia."
"Pensei que não fosse nada de especial porque nós sempre tivemos problemas na parte Este do país. Quando vi as notícias fiquei chocado. A primeira coisa que fiz foi ligar à minha família para saber se estavam bem”, explicou.
Também a mãe de Isachenko, Natalia, contou como viveu o início desta guerra. "Quando estava em casa e a guerra começou, senti o quão perigoso ia ser para nós, e principalmente para a minha filha. Decidimos que, devido a todas as circunstâncias, tínhamos de sair daquela zona. A única pessoa que podia ajudar-nos era o nosso filho, que se tornou o pilar da nossa família. Eu senti que só se estivesse à beira dele é que nos íamos sentir seguras", admitiu.
"Quero agradecer ao Sporting de Braga. Foram uma verdadeira família para mim por tudo o que fizeram. A cidade de Braga vai tornar-se uma parte importante da minha vida para sempre, porque numa fase difícil da nossa vida e o clube deu-me a mão a mim e à minha família", acrescentou.
Agora, os arsenalistas comprometem-se a ajudar ambas no processo de integração em Portugal, sendo que Natalia vai trabalhar na estrutura de basquetebol do Sporting de Braga e Varya, após a integração em ambiente escolar, terá também a oportunidade de atuar nas escolas de formação de basquetebol do clube.
O Estádio de Leiria tornou-se num abrigo
Construído em 2004 para o Europeu de Futebol, o estádio Dr Magalhães Pessoa recebeu um novo propósito nas últimas semanas. Cerca de duas dezenas de camarotes foram convertidos em quartos, com um total de 54 camas, para acolher refugiados.
Inicialmente, o estádio acolhia 18 pessoas – oito adultos, sete adolescentes e três crianças. Já no início desta semana, a Câmara Municipal de Leiria confirmou a chegada de mais 20 refugiados.
"Saímos do país, mas o país não sai de nós", admitiu à Lusa Olga Postolenko, divorciada, mãe de dois filhos, que vivia em Kiev. Ao quarto dia da guerra, Olga Postolenko saiu de Kiev, com os filhos, a cadela, os pais, a avó e duas gatas.
Na chegada a Kalynivs'ke, após cerca de sete horas de viagem, os pais e a avó de Olga desistiram de continuar. Olga, os filhos e a cadela rumaram à Roménia. Poucos dias depois entraram no autocarro que os levaria até Leiria.
Instalada no Centro de Acolhimento Temporário de Leiria, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, Olga confessou que ainda não pensa no futuro. "Só quero ter os bens de primeira necessidade", desabafa.
O bar do estádio foi transformado em cozinha e onde existiam camarates, está agora a nova casa de quem deixou o país natal na luta pela sobrevivência.
O apoio das federações
Além dos clubes, também as federações das mais diversas modalidades se mostraram prontas a ajudar na reinserção dos refugiados ucranianos que chegassem a Portugal.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi uma das primeiras a avançar com iniciativas de apoio aos ucranianos ao anunciar o projeto "Cada Clube, Uma Família".
O objetivo é que os clubes apoiem "propostas de acolhimento e emprego para famílias ucranianas" no país. A iniciativa terá como embaixadores o treinador português Paulo Fonseca e a mulher, Katerina Fonseca, de nacionalidade ucraniana.
"A FPF está a incentivar os clubes a funcionar como célula de acolhimento, encontrando emprego para um adulto refugiado e oferecendo a prática do futebol aos filhos ou menores do agregado familiar. Os clubes que aceitarem o repto federativo vão proporcionar o emprego, enquanto a FPF financiará a prática desportiva dos jovens ucranianos", pode ler-se no comunicado do organismo que tutela o futebol português.
No âmbito deste projeto, a Federação Portuguesa de Futebol alargou ainda o prazo de inscrição para jovens futebolistas amadores originários da Ucrânia até 31 de maio. Além da extensão deste prazo, a FPF decidiu ainda dispensar a apresentação de visto e/ou autorização de residência para os futuros jogadores.
Quem também se ofereceu para ajudar foi a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM), que disponibilizou o Centro de Alto Rendimento em Vila Nova de Gaia "a todos os atletas e treinadores da Ucrânia".
O mesmo aconteceu com a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), que manifestou total disponibilidade para apoiar os atletas ucranianos que se refugiem ou residam em Portugal.
A FPA mencionou ainda que "colaborará em todas as iniciativas que os organismos internacionais da modalidade – World Athletics e European Athletics – vierem a adotar, como tomada de posição relativamente a esta agressão totalmente ilegítima e à revelia do direito internacional".
Já a Federação de Triatlo de Portugal (FTP) decidiu patrocinar a presença de atletas ucranianos na próxima edição do Triatlo de Quarteira, marcada para os dias 26 e 27 de março. A Federação Europeia de Triatlo (ETU) compromete-se a financiar as viagens dos atletas, enquanto a FTP vai cobrir as despesas da participação dos atletas, dada a dificuldade de acesso a fundos monetários na Ucrânia.
Enquanto isso, a Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) quer "receber, a custo zero", atletas e seleções da Ucrânia. A FPV propôs à Federação ucraniana acolher as duplas de praia e as seleções nacionais de pavilhão de sub-17, feminina, e sub-18, masculina, para que possam continuar a preparação para a segunda ronda de qualificação para os respetivos campeonatos da Europa.
Por fim, também a Federação de Andebol de Portugal (FAP) anunciou a adoção de medidas de apoio a jogadores, treinadores e agentes desportivos ucranianos, deslocados ou a residir em Portugal.
Quem também se mostrou muito ativo na luta pelos ucranianos foi o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que disponibilizou os 14 Centros de Alto Rendimento espalhados pelo país a atletas ucranianos.
Na sequência dessa ação, o IPDJ recebeu pedidos de acolhimento de cinco modalidades, em representação de quase 20 atletas e técnicos. "Sabemos que há pedidos relacionados com a natação, badminton, xadrez, atletismo e ténis de mesa. Os CAR que vão estar ativados serão os do Jamor, Rio Maior, Caldas da Rainha e talvez Vila Nova de Gaia. Não sei ainda onde é que os atletas do xadrez irão ficar, mas o processo está a iniciar", explicou à Lusa o presidente do IPDJ, Vítor Pataco.
Os desportistas na guerra
Enquanto uns se dedicam à reinserção de cidadãos ucranianos, outros optam por contribuir no terreno. Muitos foram os atletas em todo o mundo que se mobilizaram para lutar lado a lado com o exército ucraniano.
Vitali Klitschko, ex-campeão mundial de boxe, foi um desses casos. Despiu o fato de presidente da Câmara de Kiev e dedicou-se à organização da defesa da sua cidade e dos seus três milhões de habitantes. "Treino todos os dias, faço treino como ex-oficial e chefe da defesa territorial (…) sei disparar com quase todas as armas", disse à AFP.
O seu irmão mais novo, Wladimir, também ex-campeão de boxe, alistou-se igualmente como militar na reserva. Já o ex-campeão mundial de pesos leves Vasyl Lomachenko juntou-se ao batalhão de defesa territorial em Belgorod-Dnistrovsky, perto de Odessa. O mesmo aconteceu com Oleksandr Usyk, campeão mundial de pesos pesados.
Também alguns atletas ucranianos do biatlo desistiram de competir no Mundial da modalidade para se juntarem aos militares. Nas redes sociais, Dmytro Pidruchnyi, campeão mundial de perseguição em 2019, publicou uma foto em traje de combate em Ternopil, no oeste da Ucrânia, onde diz ter entrado para a Guarda Nacional.
Serguei Stakhovsky, que já foi o 31º tenista do ranking mundial, também se juntou à "resistência territorial". "Não tenho experiência militar. Apenas experiência com armas, a título particular", disse o antigo tenista, agora com 36 anos, na sua página no Twitter. "Espero não ter que usar uma arma", acrescentou.
No mundo do futebol o caso de maior destaque foi o do treinador ucraniano Yuriy Vernydub. Depois de comandar os moldavos do Sheriff nas competições europeias, o técnico regressou à Ucrânia para ajudar o país na guerra contra as forças russas.
"O meu filho telefonou-me às 04h30 e disse que os russos tinham atacado. Sabia que voltaria à Ucrânia para lutar. Voámos até casa, aterrámos em Iasi, Roménia. Fomos de autocarro até Tiraspol na sexta-feira. A primeira coisa que fiz sábado de manhã foi ir embora para a Ucrânia. Alistei-me no domingo. Foram 11 horas de viagem. Viajei por Odessa, Kirovgrad, Kryvyy Ruh e finalmente Zaporoje", contou o técnico em entrevista à BBC.
"Não vou mentir: quando ia a caminho de casa, vi muitos homens fortes a abandonar o país. Entendo que sigam com as famílias para a Moldávia, Roménia... mas não posso fazer o mesmo."
"Disse a mim mesmo que mal chegasse a casa, me iria alistar. Amigos e familiares tentaram travar-me, mas não conseguiram. Agradeço à minha mulher por me apoiar", explicou o técnico, garantindo "não ter medo".
Infelizmente não deixamos de falar de uma guerra. E como em todas as guerras, as baixas são uma constante. Os atletas não são exceção.
Os futebolistas Vitalii Sapylo e Dmytro Martynenko foram as primeiras mortes de desportistas confirmadas. O falecimento dos dois foi anunciado pela FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol).
"São as duas primeiras derrotas do futebol nesta guerra. Que ambos descansem em paz", podia ler-se numa nota publicada nas redes sociais do organismo.
Segundo a imprensa local, Vitalii Sapylo, de 21 anos, que jogava no Karpaty Lviv, perdeu a vida a combater, enquanto Martynenko, de 25 anos, do FC Hostomel, faleceu quando a sua casa foi atingida por uma bomba.
Já a biatleta Yehven Malyshev, de apenas 20 anos, morreu enquanto servia o exército ucraniana em Kharkiv. O seu falecimento foi confirmado pela Federação Ucraniana de Biatlo.
Depois disso foi um homem ligado ao ciclismo a perder a vida: Alexander Kulyk, treinador da modalidade e pai do ciclista Andriy Kulyk, campeão nacional da Ucrânia em 2019.
Alexander Kulyk faleceu durante os combates em Kiev, enquanto tentava ajudar à evacuação da cidade por parte de alguns cidadãos locais, de acordo com a Federação Ucraniana de Ciclismo.
Também um treinador das camadas jovens do Shakhtar Donestk foi morto durante um bombardeamento russo à cidade. A revelação foi feita por Sergei Palkin, CEO do emblema ucraniano.
"Um funcionário nosso foi morto ontem [2 de março]. Era treinador das camadas jovens. Foi morto por um fragmento de um projétil russo", explicou o dirigente do Shakhtar.
Infelizmente esta história não vai ficar por aqui. Mas Portugal também promete não ficar e, enquanto houver uma mão para estender a quem foge do terror da guerra, o mundo do desporto vai sempre estendê-la.
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