O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, destacou hoje o papel do movimento olímpico pela paz e contra a discriminação, após ser questionado sobre a liberdade de expressão dos atletas em favor de movimentos cívicos.
No final da 136.ª reunião do COI, realizada por videoconferência, Bach, que hoje anunciou que se candidata a reeleição, apontou para o 50.º artigo da Carta Olímpica, que proíbe qualquer "propaganda política, religiosa ou racial" em sede de competição.
O líder do COI lembrou que os atletas têm "uma multitude de oportunidades" para se expressarem, como nas zonas mistas ou conferências de imprensa, mas devem abster-se de fazê-lo nos locais de prova e nas cerimónias, porque se deve "respeitar o espírito olímpico".
"Há que fazer uma distinção entre os princípios de não discriminação, que estão consagrados no movimento olímpico, e outros que podem ser motivo de divisão", sendo que os desportistas já promovem o primeiro ao participar nos Jogos, reforçou.
Antes, Bach tinha mencionado várias vezes que, a título pessoal e enquanto responsável máximo pelo COI, é contra qualquer tipo de discriminação racial, política, sexual ou social, ao longo do discurso de abertura.
No entanto, quando questionado sobre a liberdade dos atletas para manifestações políticas, como com o movimento antirracista que se levantou nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, às mãos de um polícia, entre outros casos, o líder evocou o artigo 50.º.
O objetivo do COI é, agora, discutir com representantes dos atletas a abrangência dessa regra, depois de várias críticas que a apontam como sendo uma coação à liberdade de expressão.
O advogado alemão lembrou que os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19, terão, de preferência, "estádios cheios de adeptos", ainda que isso possa não acontecer.
Para Paris2024, o número total de participantes será de 10.500, enquanto que se esperam mais de 11 mil atletas em Tóquio e lembrou que, neste caso, há 39 mulheres na assembleia olímpica, composta pelas federações internacionais e outros membros, num total de 105.
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