2023 foi memorável para o Manchester City. O azuis de Manchester conquistaram o 'treble', ou triplete, ao vencerem a Premier League, a Taça de Inglaterra e a Champions no mesmo ano, alcançando assim um feito que apenas o rival da cidade, o Manchester United, tinha conseguido em Inglaterra, no tempo de Sir Alex Ferguson.
O City tornou-se no oitavo clube a conquistar o triplete (Bayern e Barcelona conseguiram-no em duas ocasiões). Além de bávaros e culés, Celtic, Ajax, PSV, Manchester United e Inter Milão também conseguiram tal feito.
Além destes três títulos, a equipa de Pep Guardiola, onde militam os portugueses Bernardo Silva, Matheus Nunes e Rúben Dias, venceu ainda a Supertaça europeia em agosto e terminou o ano a vencer o Mundial de Clubes pela primeira vez, depois de golear o Fluminense na final por 4-0. O City tornou-se no quarto clube inglês a levantar o troféu, depois de Liverpool, Chelsea e Manchester United. Só a Taça da Liga e a Supertaça inglesa escaparam ao Manchester City.
Especial Revista do Ano: os temas que marcaram 2023 no desporto
Quando Pep Guardiola aterrou na parte azul de Manchester, no início de junho de 2016 (o anúncio da sua contratação chegou no em janeiro do mesmo ano), vinha com o rótulo de fracassado, pela sua passagem no Bayern Munique, já que em três épocas no emblema bávaro, o técnico catalão não tinha conseguido vencer a Champions, apesar de ter conquistado sete títulos.
No multimilionário Manchester City, detido por Mansour bin Zayed Al Nahyan, da família real de Abu Dhabi, só uma Liga dos Campeões confirmaria as suas qualidades, apesar de ter revolucionado o futebol dos cityzens e de ter dominado a Premier League. Mas só à oitava temporada chegou a tão desejada Champions, depois de 15 anos e 2,31 bilhões de euros investidos em contratações pelo City Football Group, dono dos blues de Manchester.
FOTOS: As imagens de um ano quase perfeito para o Manchester City
Obrigado, Arsenal!
Em 2023 os adeptos do Arsenal carregaram durante meses o sonho de voltar a vencer a Premier League, 19 anos depois da última conquista (desde a época 2003/04).
O Arsenal assumiu a liderança do campeonato de forma isolada durante quase toda a temporada, apesar de o rival ter acumulado alguns jogos em atraso. A equipa londrina chegou a ter uma vantagem de oito pontos na liderança mas perdeu gás no segundo turno até ser ultrapassados pelo atual campeão. O triunfo do City no duelo entre as duas equipas acabou por ser decisivo.
Na 33.ª jornada, o City, que na primeira volta já tinha vencido o Arsenal (3-1), recebeu e venceu os ‘gunners’ por 4-1 e saiu do confronto ainda com menos dois pontos na tabela, mas também com menos dois jogos disputados e a depender apenas de si. Quando bateu o West Ham por 3-1, em jogo em atraso da 28.ª ronda, disputado entre as jornadas 34 e 35, o City chegou ao comando da Premier League com um ponto de vantagem, que passou depois para quatro, após a derrota do Arsenal em casa frente ao Brighton, com os ‘cityzens’ ainda com um jogo a menos. A ponta final de temporada do Arsenal foi desastrosa: três empates, três derrotas e apenas dois triunfos entre as jornadas 30 e 37.
Os cityzens conseguiram uma série de 11 jogos seguidos a vencer na Liga inglesa e aproveitaram a derrota do Arsenal diante do aflito Nottingham Forest (1-0) a 20 de maio, na 37.ª e penúltima ronda para conquistar a Premier League pela terceira vez consecutiva, o nono no seu historial, o quinto de Guardiola em sete épocas na equipa.
Gundogan herói em Wembley, Rodri no momento certo no Atatürk
O segundo troféu mais importante em Inglaterra também ficou no museu do City, graças a uma vitória por 2-1 frente ao Manchester United na final em Wembley, a 03 de junho. O alemão Ilkay Gundogan, que entretanto mudou-se para o Barcelona um mês depois, a custo zero, fez os dois golos dos azuis de Manchester, um deles logo aos 13 segundos, neste que é o golo mais rápido de sempre da prova. Bruno Fernandes marcou para o United.
O City arrebatava assim pela sétima vez a Taça de Inglaterra, numa final inédita com o rival de Manchester.
Na caminhada até a final o City teve de eliminar alguns candidatos: afastou o Sheffield United por 3-0 nas meias-finais, o Burnley por 6-0 nos quartos-de-final, o Bristol City por 3-0 na 5.ª ronda, o Arsenal (1-0) na quarta eliminatória e o Chelsea (4-0) na terceira ronda. Uma campanha onde marcou 19 golos e só sofreu um, de Bruno Fernandes, na final.
Mas o melhor ainda estava para vir, sete anos depois da chegada de Pep ao Ethiad: a tão desejada Liga dos Campeões do City, depois de uma final perdida para o Chelsea e umas eliminações nos detalhes. Mas a 10 de junho de 2023, pintou Manchester de Azul e levantou o mais desejado dos troféus no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, numa final diante do Inter Milão decidido com um golo de Rodri.
Na caminhada até à conquista do troféu, o City passou com distinção no Grupo G (Dortmund foi 2.º, Sevilha e Copenhaga ficaram pelo caminho), antes de eliminar Leipzig, nos oitavos de final, decidido com uns impensáveis 7-0 na 2.ª mão, depois de 1-1 no primeiro jogo.
O Bayern Munique caiu nos 'quartos' com um 3-0 e 1-1, antes de outro colosso, o Real Madrid, também não resistir ao poder de fogo dos cityzens. O detentor do troféu ainda empatou 1-1 em casa mas foi trucidado no Ethiad com um 4-0, num jogo onde brilhou o português Bernardo Silva.
Furacão Haaland num casamento perfeito
Num grupo com figuras como Bernardo Silva, Ruben Dias, Rodri, Kevin de Bruyne, Gundogan, Kyle Walter, entre outros, foi o recém-chegado Erling Haaland quem mais brilhou nas conquistas do City em 2023. Contratado ao Borussia Dortmund por 60 milhões de euros, o avançado norueguês tornou-se numa dor de cabeça para defesas e guarda-redes adversários, pela sua capacidade concretizadora.
Eleito pela UEFA como Melhor Futebolista em 2022/23, Halland fechou a época com 52 golos em todas as competições, incluindo um novo recorde na Premier League (36 golos em apenas 35 jogos). Foi ainda o melhor marcador da edição 2022/23 da Liga dos Campeões, com 12 golos, cinco deles marcados nos 7-0 ao Leizpig, conseguindo assim um feito que apenas Messi e Luiz Adriano tinham alcançado.
O norueguês tornou-se também no jogador que precisou de menos jogos para atingir as três dezenas de tentos na Liga dos Campeões (Com 33 golos em 25 encontros), bem como o mais jovem a alcançar aquela marca – com 22 anos e 236 dias.
Em dezembro de 2023, Erling Haaland tornou-se ainda no mais jovem a atingir os 40 golos na 'Champions' e os 50 na Premier League.
Em 2023, Haaland foi eleito o melhor da última época pela Premier League, o melhor para a Football Writer's Association e ainda o melhor jogador para a Associação de Futebolistas Profissionais de Inglaterra.
Comentários