A temporada 2019/2020 da Primeira Liga de futebol está aí à porta, com muitos clubes a terem feitos muitas mudanças nas equipas técnicas. Depois de uma temporada muito dura para os treinadores - em fevereiro metade dos clubes da I Liga tinham mudando de 'comandante' -, é altura de conhecer as mudanças na liderança dos 18 clubes que vão participar na edição deste ano do campeonato português.

Benfica

Depois de no ano passado o Benfica ter começado o campeonato com Rui Vitória, o técnico ribatejano acabou por abandonar o barco a 3 de janeiro, um dia depois do desaire por 2-0 no reduto do Portimonense e da queda, confirmada, para o quarto lugar do campeonato.

A 10 de janeiro, assinou um contrato por um ano e meio com o Al Nassr da Arábia Saudita, que treina atualmente. Entrou Bruno Lage para fazer uma segunda volta quase perfeita até 'roubar' o título ao FC Porto.

FC Porto

Os dragões foram o único dos 'grandes' que fizeram toda a temporada 2018/2019 com o mesmo treinador, Sérgio Conceição. A perda do campeonato para o eterno rival Benfica e as derrotas nas finais da Taça de Portugal e Taça da Liga frente ao Sporting levaram a saída de Conceição a ser uma possibilidade, mas até agora o treinador continua no comando dos 'azuis e brancos'.

Pelo meio, Sérgio Conceição chegou a ser apontado à Lazio, AC Milan e, mais recentemente, ao Newcastle mas, por agora, permanece no Dragão.

Sporting

Em Alvalade, José Peseiro foi o treinador que deu início à época passada, naquela que foi a sua segunda passagem pelo Sporting, depois de ter conduzido os 'leões' à final da Taça UEFA em 2004/05, antes de ser despedido no início da temporada seguinte.

A história repetiu-se. A 2 de novembro, José Peseiro deixou o comando técnico do Sporting, após a derrota por 2-1 na receção ao Estoril Praia, da II Liga de futebol, para a Taça da Liga. Peseiro protagonizou assim a primeira ‘chicotada’ na I Liga 2018/19, depois de sofrer a quarta derrota da época 2018/19, em 14 encontros oficiais. Somava ainda nove vitórias e um empate.

Para o lugar de José Peseiro, que continua sem clube, o Sporting chamou o holandês Marcel Keizer, que se mantém até hoje no banco dos leões.

Sporting de Braga

À semelhança do FC Porto, também o Sporting de Braga começou e terminou a temporada 2018/2019 com o mesmo treinador: Abel Ferreira.

Os minhotos lutaram taco-a-taco com o FC Porto durante grande parte da primeira volta da prova, mantiveram-se na cola do Benfica depois de ultrapassados pelos 'encarnados' mas foram perdendo 'gás' até caírem para fora do pódio da Primeira Liga.

Abel Ferreira 'aguentou-se' no cargo até ao final da temporada, pois a 1 de julho o Sporting de Braga confirmou a saída do treinador português. Horas depois, Abel Ferreira foi oficializado como treinador do PAOK.

Os guerreiros do Minho não perderam tempo e anunciaram Ricardo Sá Pinto como novo treinador da equipa principal de futebol.

Vitória de Guimarães

Os vimaranenses foram outro dos clubes que não protagonizaram qualquer chicotada psicológica na temporada transata. Luís Castro ingressou no emblema vimaranense em maio de 2018, depois de ter obtido um sexto lugar no campeonato de 2017/18, pelo Desportivo de Chaves, e por aí ficou até ao final da época.

No dia 12 de junho de 2019, o Shakhtar Donestsk confirmou a contratação de Luís Castro para o comando técnico da equipa principal, isto depois do Vitória de Guimarães ter confirmado a saída do técnico.

Esta vai ser a primeira experiência de Luís Castro fora de Portugal, depois de, na temporada anterior, ter conduzido a equipa vitoriana ao quinto lugar da I Liga portuguesa e ao consequente apuramento para a segunda pré-eliminatória da Liga Europa.

Para o lugar de Luís Castro, o Vitória de Guimarães contratou Ivo Vieira, treinador que deixou o Moreirense no final da época 2018/2019.

Moreirense

E foi exatamente Ivo Vieira que há um ano deu o pontapé de saída para a temporada do Moreirense. O treinador madeirense levou os homens de Moreira de Cónegos a um inédito 6.º lugar - a melhor classificação até então tinha sido o 9.º lugar da temporada 2003/2004.

Com o final da época e com a saída de Luís Castro dos vimaranenses, Ivo Vieira mudou-se para Guimarães e Vítor Campelos assumiu o comando da equipa de Moreira de Cónegos.

Rio Ave

Os vilacondenses começaram o ano sob as ordens de José Gomes, mas em dezembro perderam o treinador. Neste caso, a saída do técnico não esteve ligada com maus resultados.

A 22 de dezembro, José Gomes foi apresentado como novo treinador do Reading, do Championship. O técnico, de 48 anos, protagonizou a quarta saída da época de treinadores de clubes da I Liga portuguesa de futebol.

No primeiro dia do ano civil, o Rio Ave anunciou Daniel Ramos, ex-treinador do Marítimo e Desportivo de Chaves, como o novo técnico. O treinador, de 48 anos, assinou contrato válido até final da temporada, com mais uma de opção, mas acabou por rescindir com o Rio Ave por mútuo acordo no final de maio.

Esta época, Carlos Carvalhal será o homem no comando da equipa vilacondense.

Boavista

Os axadrezados começaram a temporada com Jorge Simão no banco, mas no final de janeiro este deixou o cargo de treinador do Boavista, na sequência da derrota da equipa em casa frente ao Portimonense, para a 18.ª jornada da I Liga. Foi o primeiro treinador despedido na segunda volta.

Jorge Simão deixou o Boavista na 15.ª posição da I Liga com 16 pontos, mais um que o Desportivo das Aves, a primeira equipa abaixo da 'linha de água'. Até então, o Boavista apenas tinha ganho seis dos 22 jogos disputados.

Lito Vidigal, que pouco antes deixou o comando técnico do Vitória de Setúbal, foi o substituto. Já no mês passado, Jorge Simão assinou um contrato de uma temporada com o Al Fahya da Arábia Saudita. Lito Vidigal é o ténico dos axadrezados para 2019/2020.

Belenenses SAD

Outro dos poucos clubes a não trocar de treinador foi o Belenenses SAD, que começou e terminou a época às ordens de Silas. O antigo jogador chegou ao clube em janeiro de 2018 para substituir Domingos Paciência e por lá continua.

Na temporada 2018/2019, Silas levou o Belenenses SAD ao 9.º lugar da I Liga com 43 pontos, fruto de 10, 13 empates e 11 derrotas. Vai continuar a comandar a equipa em 2019/2020.

Santa Clara

Tal como o emblema acima, também os insulares fizeram uma época satisfatória que não incluiu nenhuma 'chicotada psicológica', muito pelo contrário. Em janeiro, o Santa Clara renovou com o treinador João Henriques como voto de confiança.

Após 17 jogos na I Liga, o recém-promovido Santa Clara ocupava a nona posição, com 21 pontos, oito acima da zona de despromoção. No final, os insulares terminaram em 10.º lugar com 42 pontos. Será o homem do leme nos açorianos para 2019/2020.

Marítimo

Depois de começar a época com Cláudio Braga no banco, o Marítimo foi o segundo clube a protagonizar uma chicotada psicológica, após cinco derrotas consecutivas e 10 jogos sem vencer. Cláudio Braga, de 44 anos, cumpria no Marítimo a segunda temporada como técnico principal de um clube português, depois de ter orientado o Santa Clara, em 2014/15.

Para o lugar de Cláudio Braga, o Marítimo contratou o antigo médio Petit, que tinha já passado por Boavista, Tondela, Moreirense por duas vezes e Paços de Ferreira. Os insulares terminaram a época em 11.º lugar com 39 pontos.

Atualmente, o comando técnico do Marítimo encontra-se envolto em polémica. No final de maio, o presidente do Marítimo, Carlos Pereira, confirmou a saída do treinador Petitdo clube. Na semana seguinte, Nuno Manta Santos foi anunciado como o novo treinador do emblema madeirense, mas Petit não quer deixar a situação ficar por aqui.

antigo internacional português diz que a situação com o Marítimo não está resolvida e sublinha que tem contrato com os insulares até 2020. Apresentou-se aos trabalhos esta terça-feira, com o seu adjunto Filipe Anunciação, num caso que promete ser resolvido apenas nos tribunais.

Portimonense

António Folha foi em julho de 2018 apresentado como o treinador do Portimonense para as duas temporadas seguintes, assumindo pela primeira vez o “grande desafio” de orientar uma equipa da I Liga portuguesa de futebol, depois de ter comandado a equipa B do FC Porto.

Na temporada transata, Folha levou a equipa de Portimão ao 12.º lugar com 39 pontos e deve assim continuar o trabalho com os algarvios.

Vitória de Setúbal

Em maio do ano passado, os sadinos anunciaram Lito Vidigal como novo treinador. Pouco mais de seis meses depois, clube e treinador chegaram a acordo e rescindiram contrato na sequência de nove partidas oficiais sem vencer [sete na I Liga, uma na Taça de Portugal e uma na Taça da Liga].

Lito Vidigal seguiu então para o Boavista, enquanto o Vitória de Setúbal apostou em Sandro Mendes, até então diretor desportivo dos sadinos, para assumir o comando técnico de forma provisória.

No entanto, Sandro Mendes acabou mesmo por se tornar uma opção em definitivo e já começou os trabalhos para a esta temporada.

Desportivo das Aves

Depois de em 2018 ter levado a equipa avense à inesperada conquista da Taça de Portugal, após a vitória por 2-1 frente ao Sporting, José Mota começou a temporada ao serviço do Desportivo das Aves.

No entanto, em janeiro deste ano, o Aves confirmou a saída de José Mota do comando técnico. Por trás desta rescisão estiveram os resultados, que estavam longe de corresponder às ambições do clube: no final da primeira volta do campeonato, o Aves ocupava o último lugar da I Liga, com 12 pontos, a quatro do Boavista, a primeira equipa acima da zona de despromoção. O clube também já tinha sido eliminado das taças da Liga e de Portugal.

Para o lugar de José Mota, o Desportivo das Aves chamou Augusto Inácio, que estava sem clube desde a rescisão com o Zamalek, do Egito, em julho de 2017. Ao serviço dos avenses, o treinador de 63 anos levou a equipa ao 14.º lugar com 36 pontos, salvando-a da descida, depois de uma grande segunda volta. Já iniciou esta época no Aves, numa temporada onde vai construir a equipa que quer para atacar a permanência.

Tondela

Pedro Filipe, vulgo Pepa, chegou ao Tondela em janeiro de 2017 e liderou a equipa nas campanhas que culminaram com as permanências na I Liga em 2016/17 e 2017/18, respetivamente na 16.ª e 10.ª posições. No entanto, a época passada ficou aquém das expetativas, com o Tondela a terminar no 15.º lugar, um acima da despromoção. Só conseguiu salvar-se na derradeira jornada da Liga, ao golear o Desportivo de Chaves, resultado que condenou os flavienses à descida.

Embora não tenha mudado de técnico ao longo da época, assim que a temporada chegou ao fim o Tondela anunciou a saída de Pepa. Em 2019/2020 o Tondela vai ser orientado pelo espanhol Natxo González.

Paços de Ferreira

Depois de uma temporada na II Liga, os castores confirmaram o regresso aos convívio entre os grandes com a conquista do campeonato pela mão de Vítor Oliveira.

O 'rei das subidas', como é conhecido no mundo do futebol, decidiu deixar os pacenses no final da temporada passada, época em que conseguiu a sua 11.ª subida de divisão.

Para o lugar de Vítor Oliveira foi contratado Filipe Rocha, mais conhecido por 'Filó', que fará a sua estreia como técnico no principal campeonato.

Famalicão

O emblema famalicense carimbou na época passada o regresso ao principal escalão do futebol português, assegurando a sétima presença na I Liga, 25 anos depois.

Carlos Pinto, que tinha começado a época na Académica, assegurou a subida do Famalicão ao campeonato nacional, a segunda consecutiva na carreira depois de ter conseguido o mesmo ao serviço do Santa Clara na época 2017/18.

Contudo, o técnico deixou o clube no final da temporada e para o seu lugar foi contratado João Pedro Sousa, antigo adjunto de Marco Silva, que terá a sua primeira experiência como treinador de uma equipa principal.

Gil Vicente

O Gil Vicente, do Campeonato de Portugal, vai ser reintegrado esta época no principal escalão, em consequência do caso Mateus.

O clube de Barcelos foi despromovido à II Liga na época 2006/07, por alegada irregularidade na utilização de Mateus, avançado atualmente no Boavista, tendo a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciado a reintegração na I Liga em 12 de dezembro de 2017, na sequência de uma decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, em 2016.

Esta instância de recurso declarou nula a decisão de descida do Gil Vicente tomada pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em agosto de 2006.

Na presente temporada, o Gil Vicente disputou a Série A do Campeonato de Portugal – terceiro escalão –, sem que os seus jogos contassem para a classificação, por determinação federativa.

Os gilistas regressam, assim, 13 anos depois ao convívio com os grandes vindos diretamente do Campeonato de Portugal. E para liderar esta equipa foi escolhido Vítor Oliveira, que na época passada subiu o Paços de Ferreira.

Confira as mudanças nos comandos técnicos:

Benfica: Bruno Lage; Bruno Lage

FC Porto: Sérgio Conceição; Sérgio Conceição

Sporting: Marcel Keizer; Marcel Keizer

SC Braga: Abel Ferreira; Ricardo Sá Pinto

V. Guimarães: Luís Castro; Ivo Vieira

Moreirense: Ivo Vieira; Vítor Campelos

Rio Ave: Daniel Ramos; Carlos Carvalhal

Boavista: Lito Vidigal; Lito Vidigal

Belenenses SAD: Silas; Silas

Santa Clara: João Henriques; João Henriques

Marítimo: Petit; Nuno Manta Santos

Portimonense: António Folha; António Folha

V. Setúbal: Sandro Mendes; Sandro Mendes

Desp. Aves: Augusto Inácio; Augusto Inácio

Tondela: Pepa; Natxo González

Paços de Ferreira: Vítor Oliveira; Filo

Famalicão: Carlos Pinto; João Pedro Sousa

Gil Vicente: Nandinho; Vítor Oliveira