Até sempre, D10S 'El Pibe' Maradona
25 de novembro de 2020. 16h15. A notícia começava a surgir nas notificações dos principais órgãos noticiosos de todo o mundo, depois de divulgada pelo jornal argentino 'Clarín': Diego Armando Maradona, mítica lenda do futebol mundial, tinha falecido menos de um mês depois de completar 60 anos.
Revista do Ano 2020: notícias, insólitos, vídeos e fotos mais marcantes do ano
Uma notícia que, embora não fosse totalmente inesperada, uma vez que no início do mês Maradona tinha sido internado de urgência numa clínica em Buenos Aires e submetido a uma operação a um coágulo no cérebro da qual, aparentemente, estaria a recuperar bem, deixou em choque o mundo do desporto.
Lenda, mito, ídolo, Deus. Maradona era tudo para os argentinos, para os napolitanos, e para todos aqueles que amavam o futebol. As reações à sua morte não se fizeram esperar, vindas de todos os quadrantes, do desporto e não só, e as homenagens sucederam-se ao longo das semanas que se seguiram. Do funeral de 'El Pibe' chegaram imagens tocantes da dor sentida por todos aqueles que idolatravam. Gravados na memória de todos ficam os inesquecíveis momentos que aquele que muitos consideram ter sido o melhor futebolista de todos os tempos nos deixou.
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Reinaldo Teles e Vítor Oliveira, o 'rei das subidas', também partiram
Mas horas antes de ser noticiada a morte de Diego Armando Maradona já o futebol português - e o FC Porto em particular - estava de luto. Reinaldo Teles, histórico dirigente dos 'dragões', tinha falecido, depois de várias semanas internado a lutar contra a COVID-19. Tinha 70 anos de idade. As mensagens de pesar e os tributos não se fizeram esperar, vindos não só da família portista, mas de quem com Reinaldo Teles teve oportunidade de privar ao longo da vida.
As más notícias, porém, no que a novembro diz respeito, não se ficaram por ali. Apenas três dias depois, nova morte a ensombrar o futebol nacional: Vítor Oliveira, mítico treinador português, eternizado como o 'rei das subidas' em virtude do impressionante número de promoções ao escalão principal que logrou, dizia adeus à vida aos 67 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante quando fazia uma caminhada.
Uma vez mais, foram muitos (muitos mesmo) os que fizeram questão de deixar uma palavra de adeus a tão acarinhada figura do nosso futebol, entre clubes, jogadores e outros treinadores. A Liga de Clubes disse decretou um minuto de silêncio nos seus jogos e batizou mesmo os prémios de treinador do mês e do ano que entrega regularmente com o nome do malogrado técnico.
FOTOS: os momentos desportivos mais marcantes de novembro de 2020
Miguel Oliveira brilha em Portimão
Mas chega de falar de momentos tristes. Porque novembro de 2020 também nos trouxe alegrias. A maior de todas, talvez, chegou com a vitória de Miguel Oliveira no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, em Portimão.
O piloto português da KTM, que já se havia estreado a ganhar na competição rainha em agosto, assinalou o regresso da competição rainha do motociclismo mundial ao nosso país com uma vitória na prova que fechou a temporada, subindo ao lugar mais alto do pódio para fazer ouvir 'A Portuguesa' no Autódromo Internacional do Algarve. Um momento histórico.
"Sonhamos com este tipo de corridas. É incrível, não tenho palavras para o descrever. Deixo a minha gratidão a toda a gente que nos viu em casa e que puderam estar aqui. Obrigado também à minha equipa. É um grande dia, dedico-o também à Tech3 e à KTM", disse o 'Falcão de Almada' no final da corrida.
Foi, sem dúvida, uma semana que Miguel Oliveira jamais esquecerá. Mesmo com a prova a ser disputada à porta fechada, depois de uma experiência menos feliz com público no Grande Prémio de Portugal de F1, o piloto luso pôde sentir bem de perto o país a apoiá-lo. Na memória ficam as imagens da escolta que recebeu por parte de outros motards rumo a Portimão, ou da passagem, aos comandos da sua KTM, pela Ponte 25 de Abril.
Mês imaculado para o Sporting vale liderança
No futebol, novembro, a nível interno, foi pintado em tons de verde e branco. Com uma vitória sobre o Tondela logo a abrir o mês, o Sporting assumia, pela primeira vez em quatro anos, a liderança isolada da I Liga e com um jogador em grande destaque: Pedro 'Pote' Gonçalves, que ia somando golos e distinções.
Depois do triunfo sobre o Tondela, goleada em Guimarães sobre o Vitória local e triunfo sobre o Moreirense. A turma de Alvalade viveu, sem dúvida, um mês de novembro para recordar, somando marcos significativos: há 24 anos que não iniciava a prova com quatro triunfos fora de portas e há 70 que não liderava ao fim de sete jornadas com quatro pontos de avanço sobre os mais diretos perseguidores.
Efetivamente, em novembro o Sporting só soube mesmo ganhar: 6 jogos, 6 vitórias, 22 golos marcados, quatro golos sofridos! Um registo notável para os pupilos de Rúben Amorim, que ainda assim faziam questão de pedir calma.
Um novembro 'horribilis' para o Benfica, com o Porto a crescer
Se para o Sporting novembro de 2020 foi um mês perfeito, para o Benfica foi terrível. As 'águias' até estavam na frente no final de outubro, mas abriram o 11º mês do ano com a sua primeira derrota da época a nível interno. E que derrota...os pupilos de Jorge Jesus caíram com estrondo no Estádio do Bessa, batidos por 3-0 pelo Boavista, e deram início a uma sequência de resultados extremamente negativa.
Seguiu-se um empate (suado) em casa com o Rangers para a Liga Europa e nova derrota para a I Liga, desta feita em casa, na receção ao Sp.Braga (2-3). Ao todo, em cinco jogos em novembro o Benfica só ganhou um.
Quanto ao Porto, que vinha de um mês de outubro menos feliz, começou a dar sinais de retoma, quer a nível interno, quer a nível externo, onde na Liga dos Campeões lograram duas vitórias sobre o Marselha de André Villas-Boas. Tal como o Sporting, também o FC Porto só soube ganhar em novembro: 5j, 5v. Ainda nos 'dragões' merecia destaque a renovação do contrato de Pepe por mais duas temporadas.
Seleção falha defesa do título na Liga das Nações
Novembro marcou igualmente o culminar da fase de grupos da Liga das Nações. E o desfecho não foi o desejado para as hostes nacionais. Detentor do troféu, Portugal entrou para as duas últimas jornadas a depender só de si, precisando, para garantir nova presença na fase final, de segurar o nulo na receção à França e vencer depois na Croácia.
O ensaio geral correu bem: goleada das antigas a Andorra, com golos para todos os gostos. Só que depois, na tal receção à França, Portugal acabou derrotado por 1-0, fruto de um golo de Kanté, e viu-se desde logo afastado do sonho de defender o título que havia conquistado em 2019. De nada valeu o triunfo alcançado alguns dias mais tarde, ao cair do pano, na Croácia.
Para a fase final da Liga das Nações, a disputar em outubro de 2021, em Itália, estão apuradas, para além da França, a Itália, a Bélgica e a Espanha. Pelo meio, ficou-se ainda a saber que a Hungria seria a seleção a fechar o grupo de Portugal no EURO2020, entretanto adiado para o verão de 2021.
Outras seleções nacionais de futebol, porém, foram mais felizes: os sub-21 carimbaram o passaporte para a fase final do Campeonato da Europa da categoria de 2021 e a Seleção principal feminina, com duas vitórias importantes, garantiu pelo menos um lugar no 'play-off' de apuramento para o EURO.
Hamilton sagra-se campeão pela 7ª vez e faz (mais) história na F1
Novembro foi também o mês em que Lewis Hamilton selou a (mais do que esperada) conquista de novo título de campeão do mundo de F1. Depois de em outubro ter feito história ao superar (em no GP de Portugal) Michael Schumacher como o piloto com mais vitórias na categoria rainha do automobilismo mundial, o piloto britânico igualou o germânico no número de títulos mundiais: 7.
Acabou por ser uma temporada histórica para Hamilton, mas sem grande história. A Mercedes e o britânico dominaram uma vez mais por completo a época, e a confirmação do (anunciado) título de pilotos chegou a meio de novembro, no Grande Prémio da Turquia, depois de já confirmado o título de construtores.
Ainda em novembro, outro momento marcante da temporada de F1: o acidente do francês Romain Grosjean. O carro do piloto francês Romain Grosjean, da Haas, bateu de frente com o AlphaTauri do russo Daniil Kvyat, logo no arranque do Grande Prémio do Bahrein, foi de encontro à barreira de pneus debaixo do rail de proteção e pegou fogo. Chegou a temer-se uma tragédia, mas pouco depois foi possível ver Grosjean a deixar o carro, por entre as chamas, numa imagem que correu o mundo.
Medalhas e títulos para Portugal...até nos dardos
Nas restantes modalidades, novembro também foi um mês pródigo em resultados de destaque para as cores nacionais. A começar pelo ciclismo de pista, onde choveram medalhas. Portugal terminou a participação no Europeu de pista com seis medalhas, com destaque para os primeiros títulos de sempre em elites, conseguidos por Iuri Leitão, em scratch, e Ivo Oliveira, na perseguição.
No judo, como sempre, os atletas nacionais também deram cartas. Telma Monteiro foi vice-campeã europeia de -57 kg, tendo perdido a final dos Europeus de judo já no ponto de ouro com a húngara Hedvig Karakas, por ippon, em competição que decorre em Praga. Foi a sétima final em Europeus de judo para Telma Monteiro, competição em que conta com cinco títulos. Depois, no último dia dos Europeus de judo, realizados em Praga (no próximo ano serão em Lisboa), mais duas medalhas, agora de bronze: Rochele Nunes (+78 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).
Ainda nos desportos de combate, Rui Bragança conquistou o ouro no Europeu de clubes de taekwondo, mas houve outra modalidade, esta bem menos habitual, pelo menos no que a sucesso diz respeito em tons verdes e vermelhos, a merecer destaque. Nada mais, nada menos do que...os dardos.
José de Sousa começou por fazer história ao bater o N.º1 mundial e vencer o seu primeiro European Tour, antes de se tornar no primeiro português o Grand Slam 2020, em Coventry (Inglaterra), e tornou-se o primeiro português a conquistar um evento principal da Professional Darts Corporation (PDC).
Sousa derrotou na final o sétimo classificado da Ordem de Mérito da PDC, o inglês James Wade, e conquistou um prémio de 125 mil libras (140 mil euros), além de ascender ao 16.º lugar do ‘ranking’ que contabiliza os resultados do ProTour nos últimos dois anos.
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